LIRA MAIA AVISA, NO CONGRESSO AGORA É PROIBIDO COCHILAR

LIRA MAIA, entrega explicação sobre a CONVOCAÇÃO de PALOCCI.

Plantão | Publicada em 07/06/2011 às 13h45m

Isabel Braga

BRASÍLIA - O presidente da Comissão de Agricultura na Câmara, deputado Lira Maia (DEM-PA) entregou há pouco ao presidente da casa, Marco Maia (PT-RS), as explicações formais a respeito da sua decisão em aprovar requerimento convocando o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Ele defendeu o resultado da convocação do ministro, acusado de praticar tráfico de influência quando era deputado. O presidente Marco Maia, porém, disse que sua decisão de manter ou anular o ato pode não sair nesta terça-feira.

- A maioria encaminhou contra, mas os que eram contra não se manifestaram naquele momento. Eu agi como magistrado - disse Lira Maia, para quem o voto do deputado é soberano.

- O que houve foi um cochilo da base. Faltou comando - completou.

Já Marco Maia alegou ainda estar conversando com os líderes partidários para decidir o que fazer.

- Posso não tomar a decisão hoje. Ainda estou conversando com os líderes, colhendo as impressões e vendo as implicações da decisão. O Lira Maia só me entregou hoje a decisão formal.

Na explicação enviada, Lira Maia argumentou que, a não ser haja uma prova irrefutável de que ele se equivocou, não há como anular a convocação. "Em não havendo tal imagem que permita a contagem exata e do teor da sua manifestação, não haverá razão objetivamente lícita para simplesmente se revisar a decisão dessa comissão, pena de se criar casuisticamente um precedente por demais deletério para o desenvolvimento dos trabalhos não só desta, mas de toda e qualquer comissão da Câmara dos Deputados", diz trecho do documento.

Deputados governistas alegam que o requerimento não seguiu o regimento interno, segundo o qual são necessárias 24 horas após a apresentação para que o requerimento possa ser votado. Em entrevista, Lira Maia refutou o argumento, dizendo que é praxe na casa votar antes do prazo exigido.

- Se for levado isso em conta, a maioria das votações aqui na casa, inclusive no plenário, serão anuladas - disse, lembrando que esse ponto sequer foi levantado na ocasião para tentar reverter a convocação.