Por Claudio Julio Tognolli_247 – O assunto é tratado como segredo de estado na companhia aérea TAM: uma falha humana de um funcionário da empresa poderia ter gerado um acidente de proporções armagedônicas, no último sábado. Investiga-se, em sigilo absoluto, o porquê de este funcionário ter deixado aberta a tampa do tanque de óleo da aeronave. Tudo aconteceu no voo de número 8068, que partia do aeroporto Maestro Antônio Carlos Jobim (Galeão) no Rio de Janeiro, com destino a Frankfurt, na Alemanha.
A decolagem ocorreu normalmente por volta do horário previsto, às 21:50h. Logo após a decolagem, um dos comandantes fez um anúncio aos passageiros (em torno de 200 pessoas), comunicando o retorno ao aeroporto, devido a uma “discrepância nos dados fornecidos pelo sistema em comparação aos dados fornecidos pelos funcionários de apoio em terra”. O anúncio foi feito em tom solene, notarial, técnico, tranqüilo. Estavam à frente da aeronave os comandantes Zuicker e Menezes, cuja expertise salvou o avião de algo pior.
Os dois pilotos da TAM, internamente, vem sendo desde sábado tratados como heróis, dentro da companhia: e comparados ao comandante Chesley ‘Sully’ Sullenberger, que em janeiro de 2009 pousou seu AirBus A 320 nas águas do Rio Hudson em Nova York – e que, tido como herói nos EUA, foi condecorado pelo presidente Barack Obama.
Voando em círculos
Relatório interno da TAM dá conta que “após órbita de 1 hora para alijamento das 50 toneladas de combustível que abasteciam o avião, a fim de atingir o peso adequado para o pouso, e após o pouso, os funcionários de manutenção detectaram o problema: a tampa do tanque de óleo havia sido esquecida aberta pela pessoa responsável por seu abastecimento”. O avião ficou mais de 60 minutos fazendo círculos sobre a lagoa Rodrigo de Freitas. Nesses casos, mais de 90% do combustível “alijado” (jogado para fora) evapora-se antes de atingir o solo.
“Esta simples falha humana poderia acarretar na perda de um dos motores do avião e, consequentemente, gerar problemas maiores no decorrer das previstas 12 horas de vôo”, revela um técnico carioca que acompanhou o cenário.
Os passageiros desembarcaram e aguardaram a chegada de outra aeronave, com uma nova tripulação, vinda de São Paulo. Segundo informações dos funcionários do aeroporto, o vôo prosseguiu por volta das 2:30h da manhã de domingo.
O comando do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Aeronáutica contabiliza até o dia 31 de junho passado 76 acidentes aéreos no Brasil, enquanto no mesmo período do ano passado foram 45: um crescimento de 68,8%.
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