domingo, 5 de dezembro de 2021
CORRIDA PRESIDENCIAL 2022 QUEM É QUEM
Eleições 2022: quem são os pré-candidatos a Presidente e os obstáculos que devem enfrentar
Jair Bolsonaro vai disputar a reeleição enquanto Lula tenta retornar ao Palácio do Planalto para um terceiro mandato. Enquanto isso, candidatos de esquerda e direita tentam se viabilizar com 'terceira via'
Esta reportagem será constantemente atualizada para refletir novas candidaturas e a retirada de nomes da disputa presidencial até o registro oficial pelos partidos no ano que vem.
A eleição presidencial de 2022 tende a gerar grande polarização, com Jair Bolsonaro (PL) disputando a reeleição e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentando retornar à Presidência da República para um terceiro mandato.
Mas pré-candidatos de esquerda, centro e direita tentam se viabilizar como "terceira via", entre eles Ciro Gomes (PDT), a senadora Simone Tebet (MDB) e o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos).
Já o PSDB escolheu o governador de São Paulo, João Dória, como pré-candidato do partido à eleição. Mas ele terá a tarefa difícil de resgatar a relevância do partido na corrida presidencial. Em 2018, o candidato tucano, Geraldo Alckmin, ficou em quarto lugar no primeiro turno, com pouco mais de 4% dos votos.
Até agora, a única mulher na disputa é a senadora Simone Tebet, do MDB. A lista definitiva de candidatos só vai ser definida nas convenções partidárias que vão ocorrer entre 20 de julho e 5 de agosto de 2022.
O presidente Jair Bolsonaro vai disputar a reeleição pelo Partido Liberal, legenda de Valdemar Costa Neto, um dos condenados no escândalo do mensalão. Atualmente, um dos principais desafios de Bolsonaro é a popularidade em baixa. Segundo pesquisa Datafolha de setembro, 53% consideram o seu governo ruim ou péssimo — o pior índice desde o início do mandato. Na pesquisa anterior, o percentual era de 51%.
A crise econômica, com alta contínua da inflação, e o aumento da pobreza também podem significar desafios para a reeleição de Bolsonaro. Por outro lado, o aumento do valor do Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família) pode ajudar a recuperar parte dos votos. Bolsonaro deu novo nome ao Bolsa Família, numa tentativa de imprimir marca própria na assistência social. O presidente também conta com uma base de eleitores fiéis dispostos a ir às ruas para defender suas posições, como ocorreu nos protestos de 7 de setembro.
"O principal desafio de Bolsonaro é a avaliação ruim do seu governo, conforme mostram pesquisas de opinião", disse à BBC News Brasil o cientista político Claudio Couto, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). "Tem bolsonaristas que não abandonam Bolsonaro, mas tem os bolsonaristas de ocasião, que podem abandonar Bolsonaro e ir para outros candidatos de direita, principalmente para Sérgio Moro", avalia.
Para Couto, Bolsonaro tem dois desafios pela frente que não existiam na eleição de 2018. Primeiro, ele vai ter que centrar força na campanha em atacar dois candidatos: Sérgio Moro, seu principal adversário na disputa para chegar ao segundo turno; e Luiz Inácio Lula da Silva, atualmente em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto.
"Em 2018, Bolsonaro só precisava atacar Lula. Ele era o candidato do antipetismo. Agora, tem Moro como alternativa e ele vai precisar centrar fogo em duas frentes no primeiro turno", diz Couto.
O segundo desafio é o fato de que Bolsonaro terá mais dificuldade para sustentar o discurso de combate à corrupção, especialmente após as denúncias de corrupção na compra de vacinas contra a covid e as acusações de que tentou interferir em investigações da Polícia Federal.
Se antes de se eleger presidente Bolsonaro era um dos principais defensores da Lava Jato, foi durante seu governo que a força tarefa foi desmantelada e o ritmo das investigações se reduziu consideravelmente.
"Para Bolsonaro o discurso anticorrupção foi perdido e foi perdido por conta dos problemas na família, o envolvimento em compra de vacina, e o favorecimento de seus aliados do Centrão. Esse discurso, a não ser para quem acredita que o PT detém o monopólio da corrupção, não vai colar como em 2018", diz Couto.
Bolsonaro está, atualmente, em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás apenas de Luiz Inácio Lula da Silva. Num eventual segundo turno com Lula, ele poderá voltar a personificar o antipetismo que o ajudou a se eleger em 2018.
Luiz Inácio Lula da Silva, pelo PT
Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silvia aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para presidente da República, seguido por Bolsonaro e Sérgio Moro. Desde que teve sua condenação por corrupção anulada pelo Supremo Tribunal Federal, sua candidatura pelo PT à Presidência é tida como certa por políticos do partido.
Embora, não tenha confirmado que irá concorrer, o ex-presidente tem participado de eventos para discutir propostas para o Brasil, vem se reunindo com setores da sociedade, como lideranças evangélicas, e até rodou a Europa para dialogar com chefes de Estado e de governo.
O principal obstáculo do ex-presidente é o antipetismo, que ainda deve ter peso na próxima disputa presidencial, com eleitores buscando alternativas numa terceira via ou recorrendo a Moro ou Bolsonaro para evitar um retorno de Lula.
"O Lula tem a dificuldade de vencer o antipetismo. Mas isso está mais fraco do que foi anteriormente. Uma parte dos problemas que originou o antipetismo, que é o escândalo de corrupção, se dissolveu pelo tempo que passou, são escândalos já precificados", avalia Claudio Couto, da FGV..
Lula tem a vantagem de, ao menos por enquanto, só ter Ciro Gomes (PDT) como adversário de esquerda na disputa. Todos os demais pré-candidatos são associados à centro-direita ou direita. Isso garante a ele maior facilidade para chegar ao segundo turno.
"Lula, de todos os candidatos, é o que pode estar na posição mais confortável. Ele tem na esquerda um apoio consolidado. Ciro Gomes, ao bater forte em Lula e Dilma, como tem efeito, abdicou de parte do eleitorado da esquerda", diz Couto.
Sergio Moro, pelo Podemos
Sérgio Moro
Em 10 de novembro, o ex-juiz Sergio Moro se filiou ao Podemos numa cerimônia na qual o partido o anunciou como "futuro presidente da República".
Depois de deixar os processos da Operação Lava Jato, renunciar ao cargo de juiz, entrar para a política como ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e pedir demissão, Moro se torna o principal adversário do atual presidente na disputa para o segundo turno da eleição presidencial de 2022.
Nas primeiras pesquisas de intenção de voto realizadas após a filiação ao Podemos, o ex-juiz aparece em terceiro lugar na disputa, atrás de Lula e Bolsonaro, mas com tendência de alta no desempenho.
Pesquisa PoderData realizada na semana do dia 22 a 24 de novembro, aponta Lula com 38% das intenções de voto, Bolsonaro em segundo lugar, com 27%, e Moro em terceiro, com 14%.
"Ele é um candidato que tende a crescer agora. Primeiro, por se confirmar como candidato de fato. Antes era apenas uma hipótese de candidato. Ele agora tem chances de roubar votos de Bolsonaro, já que parte do eleitorado do presidente também é 'morista' ou 'lavajatista'", avalia Claudio Couto, da FGV.
Por outro lado, Moro terá o desafio de comprovar que suas capacidades vão além do discurso anticorrupção. Também terá de enfrentar as acusações de que agiu com parcialidade nos julgamentos da Lava Jato e de que cometeu abusos durante a investigação. Mas ele tem espaço para conquistar votos de antipetistas, e pode roubar parte do eleitorado do PSDB que desaprova Bolsonaro, mas também não quer o retorno de Lula.
"Ele vai ter que demonstrar que consegue dominar outros temas e fazer promessas críveis. Apostaria numa disputa entre Moro e Bolsonaro para chegar ao segundo turno. Os dois vão se vender como baluartes do antipetismo, mas Moro vai precisar comprovar que é mais que um ex-juiz", diz Couto.
João Dória, pelo PSDB
João Dória
O governador de São Paulo, João Dória, foi escolhido para ser candidato do PSDB após vencer o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, em prévias realizadas pelo partido.
Durante a pandemia do coronavírus, Dória se projetou ao adotar postura oposta à de Bolsonaro na reação à crise. Nos picos de infecção, ele defendeu lockdowns, fechamento de comércio e restaurantes e medidas de isolamento social, além de ter investido, por meio do Instituto Butantan, na produção da CoronaVac, a primeira vacina a ser disponibilizada no Brasil contra a covid-19.
Para se cacifar nacionalmente, a tendência é que ele se apresente como "o candidato da vacina" contra covid, ou seja, como alguém que reagiu à crise. Mas pesquisas de intenção de voto realizadas até agora o colocam na quarta ou quinta posição no primeiro turno.
O PSDB vem passando por um processo de desgaste interno e, na última eleição presidencial, candidato tucano Geraldo Alckmin só alcançou 4% dos votos no primeiro turno — resultado considerado desastroso para um partido que sempre figurava em primeiro ou segundo lugar na disputa presidencial desde 1994.
Além disso, Dória enfrenta resistências dentro do próprio partido e corre o risco de ser alvo de "fogo amigo" durante a campanha. "Há chance de integrantes do PSDB apoiarem outros candidatos de centro e direita, como Sérgio Moro", diz Claudio Couto, da FGV.
Dória também vai enfrentar o desafio de convencer o eleitorado de outras regiões do país, especialmente do Nordeste, que não é um político centrado nos interesses e desafios de São Paulo e do Sudeste.
"Dória ainda tem uma imagem antipática fora de São Paulo, de alguém muito distante da realidade das regiões mais pobres do país. Ele precisa vencer essa resistência e terá a tarefa de comprovar que tem sensibilidade para questões de outros Estados", avalia o professor de ciência política da FGV.
Ciro Gomes, pelo PDT
Ciro Gomes
Se for confirmada a sua candidatura à Presidência pelo PDT, esta será a quarta vez que Ciro Gomes concorre ao cargo. Em 2018, ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 12,5% dos votos.
Ele também concorreu à Presidência em 2002 e 1998. Candidato associado à esquerda ou centro-esquerda, Ciro Gomes tenta novamente despontar como terceira via, ou seja, alternativa a Lula e Bolsonaro.
A seu favor, ele conta experiência política, numa eleição que não dará o mesmo peso a "outsiders" ou figuras antipolíticas como a de 2018. Ciro foi prefeito de Fortaleza, deputado estadual, deputado federal, governador do Ceará e ministro dos governos Itamar Franco e Lula.
Ele passou por sete partidos e deve concorrer à eleição de 2022 pelo PDT. Para fazer frente à candidatura de Lula, Ciro tem adotado uma estratégia de ataque, criticando fortemente o ex-presidente petista.
"Lembre que o Brasil mudou muito e Lula não renovou as ideias. Será que ele se corrigiu e não vai repetir aqueles erros terríveis que você só descobriu depois? O pior é que você nunca viu ele pedir perdão pelos erros e está vendo ele se juntar de novo às mesmas pessoas", escreveu Ciro nas redes sociais.
O ex-governador do Ceará também chegou a acusar Lula de conspirar para o impeachment de Dilma e, quando a petista saiu em defesa do padrinho político, Ciro reagiu dizendo que a ex-presidente foi uma das pessoas "mais inapetentes, incompetentes e presunçosas" a presidir o Brasil.
Se por um lado essa estratégia visa firmar Ciro Gomes como alternativa a Lula, por outro, pode eventualmente afastar eleitores que nutrem alguma simpatia pelo PT ou que defendem uma ampla aliança anti-Bolsonaro.
"Ao mesmo tempo em que essa estratégia pode custar votos de eleitores da esquerda, Ciro tem dificuldade em conquistar, de fato, eleitores da direita. Ele ainda é visto como alguém, no mínimo, de centro-esquerda", diz o cientista político Claudio Couto.
Simone Tebet, pelo MDB
Simone Tebet
Única mulher até o momento a ser cogitada como pré-candidata à Presidência, a senadora Simone Tebet deve ser lançada para disputar o Palácio do Planalto pelo MDB em dezembro.
Ela foi a primeira mulher a disputar o comando do Senado, em 2021. Também foi a primeira parlamentar mulher a comandar a disputada Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a primeira vice-governadora de Mato Grosso do Sul e primeira prefeita de Três Lagoas (MS).
A possibilidade de candidatura à Presidência surgiu do destaque que Tebet teve na CPI da covid no Senado. Embora não fosse integrante fixa da comissão, ela participou dos principais depoimentos da CPI com uma postura contundente e crítica à gestão do governo Bolsonaro na pandemia.
O principal obstáculo que a senadora deverá enfrentar é se tornar nacionalmente conhecida. "Ela é desconhecida fora de seu estado, o Mato Grosso do Sul. A CPI fez com que ela se tornasse conhecida por uma parcela pequena dos eleitores, aqueles que leem jornal, mas isso não é ainda suficiente", avalia Couto.
Alessandro Vieira, pelo Cidadania
Alessandro Vieira
Lançado como pré-candidato pelo partido Cidadania, o senador Alessandro Vieira (SE), assim como Tebet, se destacou durante a CPI da covid no Senado. Ele também é apresentado pelo Cidadania como uma possível "terceira via" para evitar a polarização Bolsonaro-Lula.
"Alessandro representa o pensamento do campo democrático à polarização existente entre Bolsonaro e Lula. É um sistema que não pode continuar pelo retrocesso e atraso que significam. É um senador que tem boa presença, com muito engajamento nas redes, uma postura de extrema competência e reconhecida pela opinião pública", defendeu o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, ao anunciar que Vieira seria candidato à Presidência pelo partido.
Nascido em Passo Fundo, Vieira tem 46 anos, é delegado da polícia civil e novato na política, sendo eleito pela primeira vez senador em 2018 pelo Sergipe. Na época, ele declarou voto em Bolsonaro, mas depois disse que se arrependeu e se tornou um dos principais críticos do presidente na CPI da covid.
"Me arrependo profundamente do voto no Bolsonaro. Faço parte de um grupo de milhões de brasileiros que, primeiro, estava movido por um sentimento de não votar no PT. Subestimei o mal que Bolsonaro poderia fazer. Imaginei que ele poderia ter um governo com uma equipe técnica forte que evitasse esses equívocos. E foi o contrário, temos ele submetendo a equipe técnica", disse Vieira em entrevista à BBC News Brasil em junho.
Mas, apesar da projeção que ganhou na CPI, Vieira tem como obstáculo o fato de ainda não ser uma figura conhecida em todas as regiões do país
"Ele teve um desempenho bom na CPI, que o tornou uma figura nacionalmente conhecida em alguma medida. Digo em alguma medida, porque quando vemos pesquisas de intenção de voto, muita gente não sabe quem ele é. Ele é conhecida por uma parcela mais elitizada, que acompanhou de perto os trabalhos da CPI", diz Couto, da FGV.
Luiz Felipe D'Ávila, pelo Partido Novo
Luiz Felipe D'Ávila
CRÉDITO,NOVO
O cientista político Luiz Felipe D'Ávila foi anunciado no dia 3 de novembro como pré-candidato do Partido Novo à Presidência da República. Em 2018, o partido surpreendeu em desempenho quando seu então candidato à presidente, João Amoêdo, terminou o primeiro turno em quinto lugar, com 2,5% dos votos, à frente de candidatos como Henrique Meirelles e Marina Silva.
Amoêdo, que chegou a anunciar voto em Bolsonaro no segundo turno, passou a defender o impeachment do presidente durante a pandemia. Ele chegou a ser lançado novamente como pré-candidato pelo Novo no início do ano, mas sua candidatura sofreu oposição de parcela dos integrantes do partido, sobretudo entre os que apoiam Bolsonaro. O partido, então, decidiu lançar Luiz Felipe D'Ávila.
Ex-PSDB, D'Ávila coordenou o programa de governo do candidato tucano à Presidência Geraldo Alckmin em 2018, mas depois deixou o partido e recentemente se filiou ao Novo. Ele é crítico de Bolsonaro e Lula, e diz que os dois formaram governos "populistas de direita e esquerda". Ao ser lançado pré-candidato pelo Novo em cerimônia no dia 3 de novembro, ele defendeu privatizações e outras reformas para reduzir o papel do Estado na economia.
"O populismo apenas perpetua a miséria, a pobreza, a corrupção e o mau funcionamento das instituições democráticas", disse.
A dificuldade do partido Novo será tornar D'Ávila conhecido nacionalmente. Além disso, enquanto em 2018 o partido se beneficiou de um forte movimento de rejeição da política e de busca por quadros novos, a eleição de 2022 tende a ser menos focada na busca pelos chamados "outsiders".
Rodrigo Pacheco, pelo PSD
Rodrigo Pacheco
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco se filiou em outubro ao PSD, partido do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Embora a pré-candidatura ainda não esteja confirmada, alguns dias antes da cerimônia de filiação de Pacheco, Kassab disse que a ideia é que o senador seja o candidato pelo partido.
"Rodrigo mostrou que tem talento e sabedoria para a vida pública. Se Deus quiser ele é o próximo presidente do Brasil. O PSD está pronto para abraçar suas propostas", disse o ex-prefeito de SP.
Na cerimônia de filiação, Pacheco defendeu, em discurso, que é preciso acabar com a "divisão" na sociedade brasileira.
"Hoje, estamos todos cansados e descrentes. Estamos cansados de viver em meio a tanta incerteza, a tanta incompreensão e intolerância. Uma sociedade dividida, em que cada um não admite o contrário e não aceita a existência do outro, nunca irá chegar a lugar algum", disse.
Mas o senador não quis confirmar se será candidato e disse que "tudo tem seu tempo". Pacheco enfrenta como principal obstáculo o fato de ser desconhecido do público em geral.
"Ele é conhecido por quem acompanha a política muito de perto. O presidente da Câmara, Arthur Lira, está mais no noticiário- um noticiário negativo muitas vezes, mas que o torna mais conhecido", destaca o professor Claudio Couto.
sábado, 4 de dezembro de 2021
ACORDA MANÉ SEM CHORO NEM VELA.
Reforma da previdencia
Agora é para valer, a Reforma da Previdência já está valendo e esse é um momento decisivo no Brasil, pois impacta a vida de todos.
Vou deixar preto no branco tudo que foi decidido, a crueldade da reforma e como isto vai impactar sua vida.
Te convido também a baixar o nosso e-book completo sobre todas as mudanças da Reforma da Previdência.
Em um dos casos que você vai ver, o trabalhador pode ter um prejuízo de R$ 500.000. (Você leu certo, quinhentos mil reais).
1. Nova aposentadoria: Idade e tempo de contribuição
2. O valor das aposentadorias diminuiu
3. Alíquota nova e o impacto no seu salário
4. Nova Aposentadoria Especial: Missão impossível
5. Mais erros que nunca: as 8 regras de transição
6. Como analisar a melhor aposentadoria após a Reforma da Previdência?
7. A pensão por morte encolheu
8. Aposentadoria por incapacidade permanente
9. O que não mudou com a Reforma da Previdência?
10. O que vem pela frente?
1. Nova aposentadoria: Idade e tempo de contribuição
Aposentadoria Por Idade e Contribuição
A Reforma da Previdência juntou as antigas aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria por idade.
Agora você precisa de idade e tempo de contribuição.
Trabalhador privado urbano
Para a mulher
62 anos idade.
15 anos tempo de contribuição.
Para o homem
65 anos idade.
20 anos tempo de contribuição.
Trabalhador servidor público
Para a mulher
62 anos idade.
25 anos tempo de contribuição.
10 anos no serviço público e 5 anos no cargo.
Para o homem
65 anos idade.
25 anos tempo de contribuição.
10 anos no serviço público e 5 anos no cargo.
Trabalhador rural (não muda)
Para a mulher
55 anos idade.
15 anos tempo de contribuição.
Para o homem
60 anos idade.
15 anos tempo de contribuição.
Professor Privado
Para a mulher
57 anos idade.
25 anos tempo de contribuição como professor.
Para o homem
60 anos idade.
25 anos tempo de contribuição como professor.
Professor Servidor Público
Para a mulher
57 anos idade.
25 anos tempo de contribuição como professor.
10 anos no serviço público e 5 anos no cargo.
Para o homem
60 anos idade.
14 anos tempo de contribuição como professor.
10 anos no serviço público e 5 anos no cargo.
Muita gente vai demorar muitos anos para conseguir se aposentar agora.
A idade média dos clientes do escritório em 2018 era 51 anos.
Isso quer dizer que com o tempo e a nova aposentadoria, as pessoas podem demorar 10 ou mais anos para se aposentar.
2. O valor das aposentadorias diminuiu
Valor das Aposentadorias Depois da Reforma
A regra de cálculo das aposentadorias antes da Reforma da Previdência era a média 80% dos maiores salários.
Com a reforma, o cálculo das novas aposentadorias passa para a média de 100% dos salários.
Em alguns casos, somente essa alteração pode diminuir em 15% o valor de uma aposentadoria. Essa regra vai afetar com mais força quem:
Pagou INSS alguns anos como contribuinte individual pelo salário mínimo.
Ganhou menos em algum período da vida (quase todo mundo).
Ela só não vai fazer muita diferença para quem ganhou o salário mínimo a vida inteira.
Mas não acaba por aqui.
Novo redutor de benefícios
Depois da média, criaram um novo redutor de aposentadorias.
Todos vão receber 60% desta média + 2% por ano de contribuição acima dos 15 anos de tempo de contribuição para a mulher e +2% por ano de contribuição acima dos 20 anos de tempo de contribuição para o homem.
Lendo assim não dá para visualizar a crueldade desta regra. Mas vou te mostrar com cálculos para você ver a diferença.
Exemplo Real:
Veja o caso do Paulo:
15 anos de tempo de contribuição.
65 anos de idade em 2019.
Pagava R$ 5.000 de INSS.
O valor da aposentadoria por idade dele pela regra antiga de cálculo (antes da reforma): R$ 4.761,03.
O valor da aposentadoria com a nova regra de cálculo (após reforma): R$ 3.379,30.
A diferença é R$ 1.380,00.
Para mais detalhes sobre cada aposentadoria que mudou, confira o post 9 aposentadorias depois da Reforma da Previdência.
3. Alíquota nova e o impacto no seu salário
A Reforma da Previdência também alterou as alíquotas do INSS (contribuição previdenciária).
Quem recebe menos de R$ 2.500, vai pagar um pouco menos para previdência.
Quem recebe mais de 2.500, vai pagar mais para previdência.
Observação: essas novas regras são válidas para os servidores públicos federais, empregados CLT, empregados domésticos e trabalhadores avulsos.
Quanto você vai pagar de contribuição previdenciária?
As novas alíquotas são progressivas, assim como o Imposto de Renda, e o percentual é aplicado apenas à parcela do salário que se enquadrar em cada faixa.
INSS
Até o teto do INSS, a alíquota é a mesma para o trabalhador privado ou público.
Faixa de salário Alíquota aplicada Alíquota efetiva
Até um salário-mínimo (R$ 1.100,00 em 2021) 7,5% 7,5%
De R$ 1.100,01 a R$ 2.203,48 9% 7,5% a 8,25%
De R$ 2.203,49 a R$ 3.305,22 12% 8,25% a 9,5%
De R$ 3.305,23 a R$ 6.433,57 (Teto do Regime Geral de Previdência Social – RGPS) 14% 9,5% a 11,69%
De R$ 6.433,58 a R$ 11.017,42 14,5% 11,69% a 12,86%
R$ 11.017,43 a R$ 22.034,83 16,5% 12,86% a 14,68%
R$ 22.034,84 a R$ 42.967,92 19% 14,68% a 16,79%
A partir de 42.967,93 22% mais de 16,79%
Observação: estas alíquotas de contribuição são referentes ao ano de 2021.
Acima do teto do INSS, o trabalhador privado continua pagando somente sobre o teto do INSS (em 2021 isso significa um máximo de R$ 751,99 de contribuição previdenciária).
Servidores Públicos
Nos casos dos servidores públicos, as alíquotas são as mesmas do INSS, mas ela continua crescendo…
Faixa de salário Alíquota aplicada Alíquota efetiva
Até um salário-mínimo (R$ 1.100,00 em 2021) 7,5% 7,5%
De R$ 1.100,01 a R$ 2.203,48 9% 7,5% a 8,25%
De R$ 2.203,49 a R$ 3.305,22 12% 8,25% a 9,5%
De R$ 3.305,23 a R$ 6.433,57 (Teto do Regime Geral de Previdência Social – RGPS) 14% 9,5% a 11,69%
De R$ 6.433,58 a R$ 11.017,42 14,5% 11,69% a 12,86%
R$ 11.017,43 a R$ 22.034,83 16,5% 12,86% a 14,68%
R$ 22.034,84 a R$ 42.967,92 19% 14,68% a 16,79%
A partir de 42.967,93 22% mais de 16,79%
Quer saber quanto pagar de contribuição?
Nada melhor do que saber quanto você deve recolher ou o valor que você terá descontado na sua folha de pagamento no início do mês, não é?
Se você se interessou, basta acessar o nosso conteúdo.
Tabela de Contribuições do INSS 2021
4. Nova Aposentadoria Especial: Missão impossível
Aposentadoria Especial com a Reforma
Agora é oficial. Querem exterminar a aposentadoria especial do Brasil.
Ela continua existindo? Sim.
Tem como se aposentar com ela? Quase impossível.
As regras da Aposentadoria Especial com a Reforma da Previdência ficaram assim:
Para a atividade especial de menor risco
25 anos de atividade especial.
60 anos de idade.
Para a atividade especial de médio risco
20 anos de atividade especial
58 anos de idade.
Para a atividade especial de maior risco
15 anos de atividade especial
55 anos de idade.
Isso significa que a maior parte dos trabalhadores de atividade especial vão ter que esperar mais 10 ou 15 anos para se aposentar.
Aqui no escritório, é 47 anos a média de idade de quem consegue uma aposentadoria especial, com atividade de menor risco.
Alguém que já trabalhou 25 anos com atividades insalubres agora pode precisar de mais 10 ou 15 anos para conseguir uma aposentadoria especial.
Algo praticamente insustentável para trabalhos insalubres e periculosos.
Como ficam as atividades periculosas?
Com a Reforma da Previdência, as atividades periculosas quase deixaram de ser consideradas como atividade especial.
Mas no final do segundo tempo, na votação das emendas da reforma da previdência pelo senado, esta mudança ficou de fora.
Então a periculosidade continua valendo como atividade especial.
O que ficou decidido é que em caráter de urgência vão regulamentar o que vai ser considerado atividade periculosa.
Agora temos que aguardar esta regulamentação para saber se alguma classe vai ser prejudicada.
Essa questão está sendo discutida no Projeto de Lei Complementar (PLC) 245/2019. Porém, até o momento (2021), ela ainda não foi debatida entre os senadores.
Aposentadoria Especial por Periculosidade | Como Conseguir?
A conversão de tempo especial para tempo comum?
Mais uma triste mudança é que não será mais possível fazer a conversão de atividade especial trabalhada após a reforma para aposentadoria de tempo de contribuição.
Nesse ponto a Reforma da Previdência foi muito cruel.
Significa que todo o período de atividade especial pós-reforma ou é usado para conseguir uma aposentadoria especial ou não faz diferença alguma para antecipar ou melhorar o valor de outras aposentadorias.
Isso afeta quem não aguentou continuar da atividade especial, ficou desempregado ou precisou trocar de profissão.
Importante dizer que isso é válido para as atividades especiais exercidas após a vigência da reforma da previdência (13/11/2019).
Para os períodos de trabalho especial antes da reforma, você tem direito adquirido e pode fazer a conversão do período que você trabalhou antes da reforma da previdência entrar em vigor.
5. Mais erros que nunca: as 8 regras de transição
São muitas regras de transição. Muitos detalhes para analisar. Muitas possibilidades para se confundir.
A Reforma da Previdência veio com 8 regras, no total.
Se com meia dúzia de possibilidades eu já via análises que prejudicavam os aposentadorias (do INSS e de servidores públicos).
Com 3 vezes mais possibilidades, as análises mal feitas vão começar a pipocar por todo lado.
#1 Regra de Transição dos Pontos
Como funciona a Regra de transição por pontos
Para quem estava mirando a aposentadoria por pontos nos próximos 3 a 5 anos.
Para a mulher
sem idade mínima.
30 anos tempo de contribuição.
86 pontos +1 ponto por ano, a partir de 2020, até chegar em 100 em 2033
Para o homem
sem idade mínima.
25 anos tempo de contribuição.
96 pontos +1 ponto por ano, a partir de 2020, até chegar em 105 em 2028
Pontos é o somatória da idade e tempo de contribuição.
Alguém com 50 anos de idade e 35 anos de tempo de contribuição tem o total de 85 pontos (50 de idade + 35 de tempo de contribuição).
A princípio, esta regra de transição parece muito com a regra anterior à reforma da previdência.
Mas aqui os pontos aumentam todo o ano, o que torna cada vez mais difícil conseguir se aposentar nesta regra.
Olha uns exemplos:
Quem faltava apenas 3 anos para fechar os pontos, agora vai trabalhar mais 5 anos.
Quem faltava apenas 4 anos, vai trabalhar mais 7 anos.
Quem faltava apenas 5 anos, vai trabalhar mais 10 anos.
E para piorar, é claro que o cálculo não é vantajoso.
O cálculo dessa aposentadoria é a média dos 100% salários multiplicada pelo novo redutor de aposentadorias.
#2 Regra de Transição da aposentadoria por Idade
Regra de transição da Aposentadoria por Idade com a Reforma da Previdência
Para quem estava quase se aposentando por idade.
Para a mulher
60 anos idade + 6 meses por ano até chegar em 62 anos em 2023.
15 anos tempo de contribuição.
Para o homem
65 anos idade.
15 anos tempo de contribuição.
Os requisitos para esta regra de transição são idênticos à aposentadoria por idade antes da reforma da previdência.
Com o tempo a idade mínima da mulher vai aumentando até chegar em 62 anos.
Mas não se iluda, diferente da aposentadoria por idade antes da reforma, esta regra tem uma grande piora na forma de cálculo.
O cálculo desta aposentadoria é a média dos 100% salários multiplicado pelo novo redutor de aposentadorias.
Como eu mostrei no começo do post, a mudança desta regra pode dar um prejuízo de mais de R$ 1.000 mensais.
#3 Regra de Transição da Idade com Tempo de Contribuição
Regra de Transição por Idade Progressiva e Tempo de Contribuição com a Reforma da Previdência
Para quem estava perto da aposentadoria por idade e quase fechava os requisitos para a aposentadoria por tempo de contribuição.
Para a mulher
56 anos idade + 6 meses por ano, a partir de 2020, até chegar em 62 anos em 2031.
30 anos tempo de contribuição.
Para o homem
61 anos idade + 6 meses por ano, a partir de 2020, até chegar em 65 anos em 2027.
35 anos tempo de contribuição.
Não tem segredo nenhum aqui. Fechou a idade e tempo de contribuição, pode se aposentar nesta regra.
O cálculo desta aposentadoria é a média dos 100% salários multiplicada pelo novo redutor de aposentadorias.
#4 Regra de Transição do Pedágio 50%
Regra de transição do pedágio de 50% com a Reforma da Previdência
Para quem iria conseguir uma aposentadoria por tempo de contribuição em menos de 2 anos.
Essa regra é válida apenas para quem, no momento da promulgação da reforma, precisava de 2 anos ou menos de tempo de contribuição para se aposentar.
Para a mulher
Sem idade mínima.
30 anos tempo de contribuição.
Ter no mínimo 28 anos de tempo de contribuição na promulgação da reforma.
pedágio de 50% para o que faltava para se aposentar na promulgação da reforma.
Para o homem
Sem idade mínima.
35 anos tempo de contribuição.
Ter no mínimo 33 anos de tempo de contribuição na promulgação da reforma.
pedágio de 50% para o que faltava para se aposentar na promulgação da reforma.
A regra do pedágio é bem simples.
Se faltavam 2 meses para você conseguir a aposentadoria por tempo de contribuição. Agora você precisa cumprir os 2 meses + 1 mês de pedágio.
Se faltavam 2 anos. Agora são 2 anos + 1 ano de pedágio.
Para o tempo que faltava para você se aposentar, coloque mais metade.
O cálculo desta aposentadoria é a média dos 100% salários multiplicado pelo fator previdenciário.
Diferente das outras regras de transição, aqui o que vale é o fator previdenciário e não o novo redutor.
#5 Regra de Transição do Pedágio 100%
Regra de transição do pedágio de 100% com a Reforma da Previdência
Possibilidade que para algumas pessoas pode garantir uma aposentadoria melhor que a regra antes da reforma.
Para a mulher
57 anos idade.
30 anos tempo de contribuição.
Pedágio de 100% para o que faltava para se aposentar na promulgação da reforma.
Para o homem
60 anos idade.
35 anos tempo de contribuição.
Pedágio de 100% para o que faltava para se aposentar na promulgação da reforma.
A grande vantagem desta regra de transição é que o cálculo é a média dos 100% salários SEM o novo redutor de aposentadorias.
Em alguns casos, esta aposentadoria pode ser melhor que a regra antiga da aposentadoria.
Principalmente para quem tinha uma contribuição alta e homem que se aposentar antes dos 65 anos de idade e mulher que se aposentar antes dos 60 anos de idade.
Isso porque nesta regra de cálculo não existe nem o novo redutor de aposentadorias, nem o fator previdenciário que prejudicava as aposentadoria por tempo de contribuição.
Este é um dos grandes motivos que vale a pena analisar todas as possibilidades de aposentadoria antes de qualquer pedido.
#6 Regra de Transição da Aposentadoria Especial
Regra de transição da aposentadoria Especial
Para quem trabalha em condições insalubres ou periculosas.
Para a atividade especial de menor risco
25 anos de atividade especial
86 pontos.
Para a atividade especial de médio risco
20 anos de atividade especial
76 pontos.
Para a atividade especial de maior risco
15 anos de atividade especial
66 pontos
Esta regra é a mais cruel.
Olha o exemplo da Amanda.
Amanda tem 44 anos de idade e iria se aposentar em 2020 com uma aposentadoria especial (com 25 anos como metalúrgica).
Agora que a reforma da previdência foi aprovada, ela vai ter que esperar até 2029 para se aposentar.
Quer dizer que alguém que faltava apenas 1 anos para se aposentar, vai ter que esperar 10 anos para conseguir a aposentadoria especial.
Para um trabalhador que iria se aposentar com R$ 4.000, isso significa que nesses 9 anos a mais de espera ele vai deixar de ganhar R$ 468.000 reais por causa da reforma da previdência.
E, além de perder quase meio milhão de reais, ele vai ter uma aposentadoria menor.
Isso porque a regra de cálculo segue a mesma lógica das demais: 100% da média com o novo redutor, que é 60% + 2% de acréscimo para a mulher por ano de atividade especial acima dos 15 anos de atividade especial e é 60% + 2% de acréscimo para o homem por ano de atividade especial acima dos 20 anos de atividade especial.
A exceção de cálculo fica apenas com atividade especial de maior risco (minas subterrâneas), que tanto a mulher quanto o homem tem 60% + 2% de acréscimo por ano de atividade especial acima dos 15 anos de atividade especial.
ontribuição e idade.
Aposentadoria com regra de transição somente da idade.
Aposentadoria com regra de transição do pedágio 50%.
Aposentadoria com regra de transição do pedágio 100%.
Aposentadoria com regra de transição dos pontos progressivos.
Aposentadoria com regra de transição da idade com tempo de contribuição.
Aposentadoria por tempo de contribuição pelo direito adquirido.
Aposentadoria por pontos pelo direito adquirido.
Aposentadoria por idade pelo direito adquirido.
Olha que aqui estão apenas as espécies comuns para trabalhadores privados urbanos. Não estou considerando casos que tenham:
Atividade especial.
Serviço público.
Tempo rural.
Nem estou considerando alguns casos que ainda podem se aposentar com as regras de transição da reforma de 1998.
Isso quer dizer que você precisa analisar com cuidado qual é a melhor opção para você.
Em alguns casos, a regra de transição pode ser até melhor que as regras antigas de aposentadoria (regra de transição do pedágio 100%).
Aqui no Ingrácio Advocacia, nós usamos para as análises previdenciárias, passando por todas as possibilidades o software Cálculo Jurídico.
Ele é usado por mais de 3.000 escritórios previdenciários, já está atualizado com a reforma e um dos seus fundadores também é sócio do Ingrácio Advocacia, Rafael Ingrácio.
Minha recomendação após a reforma é não dar entrada ou aceitar uma aposentadoria antes de calcular todas as 9 ou mais possibilidades de aposentadorias.
Você tem que ter certeza qual é a melhor para o seu caso. Você precisa ter certeza:
Se você tem direito adquirido ou pontos a serem discutidos anteriores à reforma da previdência.
Qual é a melhor aposentadoria ou regra de transição para o seu caso.
Qual é o melhor momento para requerer a aposentadoria. Agora ou segurar um pouco para uma aposentadoria melhor.
Vá atrás dessas informações para tomar uma decisão segura que vai te acompanhar o resto da sua vida.
7. A pensão por morte encolheu
Valor de pensão por morte ficou baixo
A fórmula de cálculo mudou. Foi um tiro de canhão e ela quase morreu.
Com a Reforma da Previdência, a pensão por morte não é mais 100% dividido entre os dependentes.
Se valor fica é 50% + 10% por dependente até o máximo de 100%. Desta forma:
2 dependentes: cada um recebe 35%;
3 dependentes: cada um recebe 26,6%.
4 dependentes: cada um recebe 22,5%.
5 dependentes: cada um recebe 20%.
Mais de 5 dependentes, o valor de 100% é dividido pelo número de dependentes.
É uma grande redução no valor das pensões. Este ponto já passou por votações inúmeras vezes nos últimos anos e agora este pesadelo passa a ser verdade para as famílias.
Quando um dependente deixa de receber a pensão, o valor de 10% correspondente a quota dele não é revertido para os demais dependentes.
Exemplo: uma pensão com morte com 2 dependentes. Cada um recebe 35%.
Se um dos dependentes para de receber o benefício, o outro receberá apenas 60% e não 70% que era a soma total do benefício.
Há também exceções para dependentes inválidos ou com deficiência intelectual e para acumulação de benefícios.
Eu explico todos esses detalhes no post exclusivo sobre a Pensão por Morte após a Reforma da Previdência. Não deixe de conferir.
8. Aposentadoria por incapacidade permanente
A antiga aposentadoria por invalidez virou aposentadoria por incapacidade permanente.
Os critérios para conceder ela continuam iguais.
O que muda é a forma de cálculo do valor desta aposentadoria: da o benefício.
Antes era a média dos 80% maiores salários de contribuição.
Agora é a média de todos os salários multiplicado pelo redutor de 60% + 2% por ano de contribuição que exceder 20 anos, para os homens, ou que exceder 15 anos, para as mulheres.
Para casos de acidente de trabalho ou doenças profissionais ou do trabalho, o cálculo do benefício deixa de ser a média dos 80% maiores salários e passa a ser a média de todos os salários de contribuição. Isso pode diminuir em mais de 10% o valor do benefício.
A diferença, nos casos de acidentes de trabalho e doenças profissionais/do trabalho, não é aplicado o redutor.
9. O que não mudou com a Reforma da Previdência?
Aposentadoria por Incapacidade
Aposentadoria Rural
A aposentadoria do trabalhador rural até no começo foi alvo de grandes propostas de alterações como o aumento da idade mínima para as mulheres para 60 anos e no tempo de contribuição que iria aumentar em mais 5 anos (60 meses) para ambos os sexos.
Mas essa proposta não passou nem pela Câmara nem no Senado.
Amparo assistencial / LOAS / BPC
Outra coisa que gerou burburinho foi a possível mudança no Benefício de Prestação Continuada, que possui vários nomes como LOAS, BPC ou amparo assistencial.
Este benefício não vai ser afetado pela Reforma e continuará com as mesmas características antes da PEC:
Direito do idoso a partir de 65 anos e pessoas com deficiência.
Comprovação de baixa renda.
E valor fixo de um salário mínimo.
Sem décimo terceiro.
10. O que vem pela frente?
Agora que eu já te mostrei o que foi discutido e aprovado na Reforma da Previdência, você já está por dentro das mudanças.
Mas a reforma da previdência não acaba por aqui. Na verdade, ela está começando.
Agora os entendimentos judiciais, resoluções administrativas e teses revisionais vão começar a surgir.
Isso pode modificar o entendimento da lei, criar oportunidade para revisões e influenciar suas aposentadorias.
Continue acompanhando nosso blog para ficar por dentro das novidades e comentários aprofundados sobre cada mudança nas próximas semanas.
Para ter em mãos um guia prático sobre a Reforma da Previdência e regras de transição, baixe o e-book completo sobre todas as mudanças da Reforma da Previdência.
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quinta-feira, 8 de julho de 2021
BRASIL DE MAL A PIOR: O FANATISMO E SUAS CONSEQUENCIAS
FÃ OU FANÁTICO? REFLEXÕES SOBRE ESSE COMPORTAMENTO
O clima no Brasil está muito “intenso”, razão suficiente para fazer uma reflexão a respeito. Por que tantas pessoas desenvolvem conexões emocionais tão fortes com políticos, celebridades e outras figuras públicas?
Inicialmente devemos entender que as pessoas têm uma necessidade inata de buscar conexões, se encaixar numa hierarquia social e criar sua "comunidade idealizada" com seus fãs. Ou seja, quando procuramos por fãs, procuramos por conexões, porém muitos se esquecem que é preciso ter cuidado para não se tornarem fãs demais. Quero dizer, que o perigo é tornar-se fanático, o que pode ser descrito por duas características básicas: a absorção da individualidade na ideologia coletiva e o desprezo pela individualidade alheia. Considere “individualidade” como a combinação única de fatores que faz de cada pessoa um ser único e insubstituível. Quanto mais diferentes, menos as pessoas podem ser reduzidas a traços gerais e mais exigem a compreensão do seu jeito pessoal. Isso implica em dizer que só de maneira parcial e deficiente é que a personalidade criadora se enquadra em categorias gerais como “estilo de época”, “ideologia de classe”, etc., algo que os estudiosos sociais inventaram para falar de médias humanas indistintas, mas que o medíocre insiste em aplicar como camisas de força a tudo o que vá além da média. Veja que em insistir, já há a evidência, de forma disfarçada, do fanatismo ao qual me refiro.
O fanatismo traz à sociedade uma espécie de recorte das individualidades baseando-se numa mediocridade-padrão. Adeptos fanáticos de políticos ou de partidos, por exemplo, acabam limitando o papel dos demais, agindo, portanto, como se fossem verdadeiros gênios da mediocridade e codificadores do fanatismo. Não considere fanatismo apenas na interpretação comum da exaltação frenética. O verdadeiro fanatismo, manifesta-se sereno e moderadamente, sem a necessidade de ser irritadiço, nervoso ou raivoso. Apenas, ele está tão afinado com a ideologia coletiva que ela basta como canal para a expressão de seus sentimentos, vivências e aspirações.
De fato, não há como não notar que, de uns tempos para cá, as pessoas estão manifestando opiniões cada vez mais radicais, seja sobre política, sexualidade, direitos humanos, religião, etc. Traduzindo: os casos de fanatismo vêm ganhando proeminência. As redes sociais parecem facilitar a divulgação desse tipo de mensagem, que acaba encontrando eco entre outros radicais e se retroalimentando. Trata-se de discursos cheios de extremismo, de uma obsessão descontrolada por um conceito, um personagem ou uma pessoa, algo que, na verdade, numa visão psicológica, acaba sendo prejudicial tanto ao fanático como para quem convive com ele.
E o que está por trás do fanatismo? Seria uma forma de ocultar fragilidade e insegurança? Acho importante entender as bases dessa radicalização, até mesmo porque não se trata de um movimento exclusivo do Brasil, mas que vem ganhando força em todas as sociedades.
Claro que uma coisa em comum é a adesão incondicional à "causa", uma adesão sem diferenças nem limites, a ponto de tornar o fanático cego às outras possibilidades e disposto a fazer o inimaginável para defender suas ideias. Com esse tipo de postura, evidentemente é impossível manter um diálogo saudável. Isso sugere um narcisismo coletivo que, frente a diferenças de opiniões, pode fazer com que as pessoas reajam agressivamente, com dificuldade para ouvir, expressando ódio, preconceitos, estreitamento mental e competitividade (vendo o que não pensa igual a ele como um inimigo). A mim, dá a certeza de que estão construindo muros que protegem um espaço para os iguais e que divide o mundo entre os que pensam como eles e "os outros", criando-se, consequentemente, a figura do inimigo, além de acarretar em falta de empatia e de compaixão. Para um psicólogo, são razões para muita preocupação pois essas pessoas estão se aprisionando em convicções ao invés de libertarem-se. A gravidade é maior se lembrarmos dos estudos que indicam que “é mais fácil que um fanático mude o foco do seu fanatismo do que passar a adotar um comportamento tolerante”. Isso estaria associado a uma estrutura mental adquirida, permeada por distorções cognitivas. Em termos neurológicos, fala-se que essas pessoas desenvolveram uma "rígida rede neural" por meio da qual certos caminhos neuronais em seus cérebros foram tão fortemente reforçados que faz com que eles mantenham idéias e opiniões contra evidências contrárias opostas.
Uma outra vertente para reflexões é a seguinte: seria, o fanatismo, uma resposta à insegurança e o medo ao julgamento dos demais, funcionando como um escudo de proteção? Quer dizer, a pessoa se fecha em convicções “inquestionáveis” para não ter que lidar com a sua própria fragilidade?
Em minha opinião, os fatores promotores do fanatismo são:
Rápidas mudanças sociais - em tecnologia, oportunidades econômicas, mudanças durante a vida, tradições, ideais, valores, expectativas, etc.
O fato das pessoas se sentirem desconectadas do passado, assustadas no presente e sem controle do futuro.
Competição feroz e globalização.
Sentimento de que os outros estão adquirindo status e recursos que poderiam "ser seus".
A ilusória sensação de conforto em pertencer a uma comunidade fechada composta por pessoas com a mesma opinião.
Privação e desigualdade socioeconômica.
Líderes carismáticos que, de modo confiante, fazem grandes promessas oferecendo prosperidade, segurança e estabilidade.
O fanatismo (en passant, um fenômeno mundial) está aumentando talvez por conta de uma superpopulação esmagadora no mundo. No Brasil, a fome, a eterna seca e a pobreza aliam-se à migrações populacionais, à turbulência política e instabilidade social, e participam do enfraquecimento das normas culturais de consenso anteriores. Questionamentos ideológicos que levam à dissolução dos laços familiares é uma razão importante para o crescimento do fanatismo, assim como a crescente concentração da riqueza e tantos outros motivos que o espaço não seria suficiente nem adequado para discutir. Entretanto, não se pode deixar de mencionar o oportunismo de líderes fanáticos capazes de transmitir uma mensagem simples com poderosa convicção e constante propaganda, líderes que negam a verdade, manipulam a realidade objetiva, distorcem fatos e criam notícias falsas, líderes que são intolerantes à contradição e destroem a oposição, deslegitimam e censuram visões alternativas, líderes que dividem as questões e as pessoas nitidamente em boas e más e que criam bodes expiatórios e alvos de ódio.
quarta-feira, 7 de julho de 2021
VACINA RUSSA É A MAIS EFICAZ CONTRA O COVID 19
Evidências sugerem que vacina russa Sputnik V é segura e eficaz, escreve revista Nature
Aplicada em cerca de 70 países, a vacina russa Sputnik V, ao contrário do imunizante da AstraZeneca e da Johnson & Johnson, contém não um, mas dois adenovírus, o que eleva suas características de proteção, mas ainda não recebeu a aprovação da OMS devido às controvérsias sobre efeitos secundários
7 de julho de 2021, 09:34 h Atualizado em 7 de julho de 2021, 10:02
REUTERS / Dado Ruvic
REUTERS / Dado Ruvic (Foto: REUTERS/Dado Ruvic)
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Sputnik - A autora da publicação aponta que a Sputnik V foi a primeira vacina registrada contra a COVID-19 e já foi autorizada em dezenas de países. No entanto, para utilização global, a vacina ainda deve receber a aprovação da Organização Mundial da Saúde. Vários epidemiologistas estrangeiros criticaram o registro acelerado do imunizante russo.
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"A vacina russa COVID-19, Sputnik V, tem sido objeto de fascínio e controvérsia desde que o governo russo autorizou seu uso no ano passado [...] Evidências na Rússia e em muitos outros países agora sugerem que ela é segura e eficaz – mas permanecem questões sobre a qualidade da vigilância de possíveis efeitos secundários raros", nota a autora do artigo.
Algumas dessas preocupações foram dissipadas após a publicação, em fevereiro deste ano, na revista Lancet, dos resultados da fase 3 dos testes da vacina, apontando que a Sputnik V é 91,6% eficaz na prevenção da infecção pelo coronavírus sintomática e 100% eficaz em prevenção da forma grave da doença. Logo depois, em abril de 2021, o Centro Gamaleya divulgou novos dados, com base nos 3,8 milhões dos russos já vacinados, de acordo com os quais a eficácia da vacina após aplicação de duas doses é 97,6%.
Apesar de críticas contínuas do lado de cientistas estrangeiros, o medicamento foi aprovado em tais países como o Brasil, Argentina, Índia, Filipinas e Hungria, enquanto os Emirados Árabes Unidos avaliaram sua eficácia em 97,8%.
O artigo também esclarece que a Sputnik V, ao contrário do imunizante da AstraZeneca e da Johnson & Johnson, contém não um, mas dois adenovírus, o que eleva suas caraterísticas de proteção. Além do mais, após a imunização com a Sputnik V, não foram registrados quaisquer casos de trombose, o que não pode ser dito no caso das as duas outras vacinas. Em particular, a Argentina, o Brasil e São Marino, onde o imunizante está sendo aplicado, não notificaram quaisquer consequências graves após a toma da vacina russa.
Apesar da ausência de aprovação pela OMS, vários países, incluindo a Coreia do Sul, Argentina e Índia, já estão fabricando a Sputnik V.
Novos estudos que estão em andamento nos países que aprovaram a Sputnik V e na própria Rússia vão ajudar a construir uma imagem mais precisa sobre a segurança e a eficácia da vacina russa, concluiu a autora.
sábado, 13 de fevereiro de 2021
DEPRESSÃO E ANSIEDADE AUMENTARAM DURANTE A PANDEMIA ENTENDA
epressão, ansiedade e estresse aumentam durante a pandemia
Dado foi apresentado durante evento online com pesquisadores da Fiocruz, que abordaram as necessidades de cuidados com a saúde mental durante o teletrabalho
A mudança brusca de rotina que a pandemia causou na vida e no trabalho das pessoas trouxe impactos também para a saúde mental. É o que mostra um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e publicado pela revista The Lancet. De acordo com o artigo, os casos de depressão aumentaram 90% e o número de pessoas que relataram sintomas como crise de ansiedade e estresse agudo mais que dobrou entre os meses de março e abril deste ano.
Preocupada com a saúde mental dos colaboradores, a Fiocruz promoveu, nesta quarta-feira (12/8), o evento Diálogos com os trabalhadores da Fiocruz: Saúde mental e trabalho na pandemia. Risco de contaminação, medo de contaminar a família e colegas de trabalho, redução significativa de postos de trabalho e desemprego foram algumas situações citadas pelos especialistas como desencadeadoras de depressão, ansiedade e outros danos psicológicos.
Os problemas de saúde mental no trabalho estão ligados a três pilares: tempo, espaço e condições. A afirmação foi feita pela diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio. Para ela, ao analisar o tempo, percebe-se uma ausência de limites entre trabalho e vida pessoal e o entrecruzamento do trabalho com as atividades domésticas. A psicóloga lembrou que as questões das desigualdades sociais eclodem neste momento quando nos deparamos com a pandemia, em que os espaços físicos foram transferidos para redes comunicacionais como mídias sociais, plataformas virtuais e tecnologias para garantir que essas redes permaneçam.
O terceiro pilar é a condição de trabalho remoto que, para Damásio, tem sido um grande desafio, assim como a retomada das atividades presenciais e a garantia da convivência segura. Ela destacou que é preciso estar atento à regulação social do trabalho, pois pode causar interferências nas redes colaborativas que se formam como caminho de proteção social e funcionam como redes de apoio e contribuem para estratégias dos problemas de saúde mental que surgem.
“Precisamos pensar nos problemas de saúde mental como problema de saúde pública, assim como o luto. Cada categoria profissional é acometida por um conjunto de eventos que depende da natureza do seu trabalho”, disse. A pandemia aumentou a intensidade das atividades de colaboradores das unidades de assistência e reorganizou os espaços de colaboradores da educação, gestão e pesquisa com o teletrabalho e de equipes e espaços de laboratórios, transformou salas de aula em plataformas com a educação remota e emergencial e os espaços de gestão passaram a ocupar todo o espaço das nossas casas – salas, quartos e cozinhas. “Há uma porosidade da membrana que separa a casa do trabalho. Este é um dos eventos que podem trazer consequências para o trabalhador, que acaba sendo integralmente ocupado pelo seu tempo de trabalho, pela quantidade de tarefas, e vive na ausência de sociabilidade. Precisamos reconhecer que as categorias estão expostas a eventos que levam à exaustão e impactam diretamente no modo de levar a vida e na capacidade de dar respostas”, disse.
A pesquisadora mencionou que a OMS (Organização Mundial da Saúde) já aponta aumento dos índices de suicídio, depressão, preocupação, medo, ansiedade, da violência doméstica, fragilidade das redes de proteção e uso abusivo de álcool e outras drogas. “É a constatação de que há uma dor presente em todas essas situações que vêm sendo presenciadas, até mesmo a ausência de sociabilidade”, completou.
Para Damásio, as ações internas e externas da Fiocruz refletem que o tema é uma prioridade da instituição, a partir da tese 11, que reafirma a saúde como um direito, além do reconhecimento da diversidade e a necessidade de garantir a equidade nos serviços prestados ao público e no cotidiano das ações dos trabalhadores em todas as unidades. De acordo com ela, as pautas foram ampliadas, colocando como premissa básica o cuidado, a convivência segura e ações no enfrentamento à Covid-19.
A psicóloga citou as estratégias de cuidado com os trabalhadores da saúde desenvolvidas pela Fiocruz Brasília, como o suporte aos trabalhadores que atuam na linha de frente do novo coronavírus, as 20 cartilhas de saúde mental com orientações aos trabalhadores sobre como agir em determinados temas e que contou com o trabalho de 145 pesquisadores e técnicos da Fiocruz, as oito edições do programa Conexão Fiocruz Brasília, o teleatendimento psicológico que está sendo organizado com a OPAS/OMS para trabalhadores e população, além do Curso Nacional de Atenção Psicossocial e Saúde Mental na Pandemia covid-19, com mais de 70 mil inscritos.
“É o reconhecimento do coletivo como uma unidade que precisa ser permanentemente ressignificado com a participação dos gestores e trabalhadores para discutir as questões sanitárias, sociais, econômicas e ecológicas. O novo sujeito trabalhador é um sujeito de direito, reflexão e de ação colaborativa. O que é necessário construir para garantir a dignidade no trabalho?”, questionou.
Saúde mental antes da pandemia
A coordenadora de Saúde do Trabalhador da Fiocruz, Sônia Gertner, afirmou que a saúde mental já aparecia em destaque antes da pandemia, e agora o tema eclodiu. “Estamos o tempo todo perguntando como o trabalhador vai lidar com o trabalho e as questões relacionadas ao medo, riscos e aumento de possibilidade de contrair a doença”, afirmou. Para ela, todos estão se reinventando a cada dia, seja na forma de trabalhar ou de lidar com os sentimentos e as situações em casa, são todos aprendizes. Sônia destacou que a pesquisa vem sendo cada vez mais valorizada, e que o momento exige mais atenção às questões que impactam a maior parte do Brasil, especialmente as questões sociais.
Como estávamos antes da pandemia? Este foi o questionamento feito pelo psicólogo Marcello Rezende, do Núcleo de Saúde do Trabalhador (NUST) da Fiocruz. Ele fez o resgate histórico da saúde mental no trabalho antes da pandemia, apontando que a OMS e organismos internacionais já apresentavam, há duas décadas, o crescimento de distúrbios psicológicos, assim como o Fórum Econômico Mundial, que no último ano abordou a solidão, ansiedade e depressão como riscos para a economia.
Para ele, as mudanças começaram com a Revolução Industrial. O contrato de trabalho ficou mais flexível, passamos a viver de forma mais acelerada, o que afetou nossos modos de agir, pensar e nossas experiências cotidianas. “Cada vez mais é valorizado o instantâneo, transitório e a superficialidade. Aliado a isso, principalmente na última década, as mídias sociais na palma da mão têm gerado uma sobrecarga sensorial que dificulta nossa reflexão sobre questões fundamentais da vida”, explicou. Marcello citou ainda a busca incessante da felicidade em ações que muitas vezes nos distanciam dela e das outras pessoas, associando felicidade ao consumo instantâneo.
O psicólogo citou ainda que, nas últimas duas décadas, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) vem chamando atenção para os riscos psicossociais no trabalho, que, em função das mudanças globais e econômicas, tem cada vez mais reduzido os empregos estáveis e aumentado os empregos temporários e informais. Segundo Rezende, a consequência dessa realidade é um trabalho competitivo com diminuição do apoio social e tensões dentro do emprego, dificuldade maior entre o equilíbrio da vida pessoal e o trabalho, e um número grande de afastamentos por saúde mental.
Para atender as demandas de saúde mental dos colaboradores da instituição, independente do vínculo e incluindo as unidades regionais, a Coordenação de Saúde do Trabalhador (CST) criou uma rede de psicólogos voluntários da equipe, para dar suporte psicológico contínuo para os trabalhadores e familiares durante a pandemia e atendimento psiquiátrico. O pico de atendimentos foi atingido em maio. As principais questões foram as dificuldades com a mudança de rotina e isolamento, além do luto na família. Após cinco meses de distanciamento social, Marcello acredita que o cansaço tem sido o sentimento mais comum neste momento.
“É difícil saber exatamente como o trabalho está afetando nossas vidas agora porque estamos vivenciando uma situação excepcional, com questões pessoais e familiares devido ao isolamento social. É um momento passageiro e não tenho dúvida que não voltaremos ao que éramos antes, no trabalho”, afirmou.
E o depois?
Um nevoeiro ou uma neblina densa e longa no meio da estrada, que se estende mais do que o previsto. Foi assim que a psicóloga do Nust Luciana Cavanellas definiu o momento que estamos enfrentando. “É quando você perde a visão instantaneamente e deixa de enxergar um pouco à frente, mas você precisa continuar. Como agimos? A primeira coisa é testar nossos recursos e usar outros sentidos para ampliar a percepção. Ao mesmo tempo, você se sente conectado com os outros porque todo mundo está vivendo a mesma coisa. Não saber o que vem a frente é muito ruim e angustiante, mas não estamos sós”, descreve.
Luciana disse que nesses momentos a fronteira individualista é rompida e passamos a nos abrir a algo que afeta a todos. Para ela, o que faz as pessoas continuarem é a confiança de que vai passar. “É hora de abrir olhos, nariz e ouvidos, mesmo que protegidos, e descobrir novos modos de seguir, até porque no modo antigo já estávamos cansados, tristes, medicados e adoecidos. Podíamos nos dizer saudáveis antes da pandemia, como indivíduos e como sociedade?”, questionou. Para ela, este é o momento que precisamos pensar em como queremos no mundo, revalorizando a vida e o trabalho e buscando transformar perdas e dores em mudanças, com novos olhares e construção conjunta.
Confira a live completa aqui
100 mil mortes
O Brasil atingiu a marca de 100 mil mortes causadas pelo novo coronavírus no último sábado, dia 8 de agosto. Em homenagem e respeito às vítimas da doença, a coordenadora-geral de Gestão de Pessoas (Cogepe), Andrea Carvalho, pediu um minuto de silêncio. “Não podemos minimizar e nem normalizar essas mortes. Cada vida para nós importa. É importante lembrar e fazer uma homenagem, porque esta situação é absurda”, ressaltou.
O luto foi um dos temas abordados durante a live. A diretora da Fiocruz Brasília destacou que este deve ser considerado um problema de saúde pública. Ela lembrou de uma das ações realizadas pelo Serviço de Gestão do Trabalho (Segest) da Fiocruz Brasília, a roda de conversa “Conviver com o luto”, com a psicóloga Elaine Alves, doutora e pós-doutora com ênfase em perdas e lutos, emergências e desastres pela Universidade de São Paulo (USP). Elaine abordou as diferentes situações e tipos de luto, em contextos mais particulares e que atinge, atualmente, populações inteiras. Saiba mais sobre o evento aqui
VERDADES E MENTIRAS SOBRE O CORONA VIRUS
Novo coronavírus: mitos e verdades sobre a doença Covid-19
Descubra se o coronavírus pode ser evitado com alimentos como chás, alho e inhame e se é seguro receber encomendas vindas da China
Redação
O Ministério da Saúde no Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e jornais internacionais estão com campanhas globais para desmistificar algumas das notícias falsas que andam circulando acerca do novo coronavírus.
Classificada como pandemia pela OMS e com mais de 75 milhões de casos e 1,6 milhão de mortes, segundo o Hospital John Hopkins, a doença ainda gera dúvidas entre a população e, assim como já aconteceu em outras epidemias, vários mitos foram espalhados na web.
Algumas informações compartilhadas por internautas são mais alarmistas, outras indicam como verdadeiros fatos que não foram oficialmente comprovados. Diante da preocupação global, os órgãos de saúde estão tomando medidas para informar devidamente a população. Confira:
NÃO PARE AGORA... TEM MAIS DEPOIS DA PUBLICIDADE ;)
Fake news sobre coronavírus
Tanto o ministério quanto a OMS reforçam que se você receber alguma notícia sobre a doença, antes de compartilhar, verifique a veracidade e informe-se apenas por meio dos órgãos oficiais ou veículos de confiança.
Confira as fake news verificadas pelos órgãos e fique bem informado sobre o assunto:
1- Sopa de morcego pode ter disseminado coronavírus na China?
NÃO PARE AGORA... TEM MAIS DEPOIS DA PUBLICIDADE ;)
De acordo com a OMS, não há comprovação científica de que a comida em questão tenha sido a responsável pela disseminação do novo coronavírus na China. Esta informação, inclusive, foi uma das primeiras suposições que começaram a circular na web no início do surto.
2 - Chás imunológicos ajudam a prevenir o coronavírus?
Imagens e listas compartilhadas por meio de aplicativos de mensagem, como o Whatsapp, dão conta de que alguns chás naturais, como o chá de erva docechá de abacate com hortelã e um chá imunológico (à base de gengibre, alho, capim-limão, tomilho, hortelã e casca de limão), podem prevenir contra o novo coronavírus
Entretanto, de acordo com o Ministério da Saúde, nenhum tipo de chá pode ser utilizado para substituir um tratamento adequado contra a gripe, muito menos contra o novo coronavírus. Também é falsa a afirmação de que o chá de erva-doce tem a mesma substância do medicamento Tamiflu (fosfato de oseltamivir).
3 - É possível aumentar a imunidade com vitamina C e inhame?
Um vídeo que circula na web mostra um suposto médico chinês, que trabalha no Brasil e que teria falado com a irmã que mora na China. Na gravação, ele recomenda métodos para aumentar a imunidade contra o vírus, como ingerir vitamina C e D, comer inhame e própolis. O vídeo original foi apagado pelo médico devido à repercussão.
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Em resposta, o Ministério da Saúde afirma que não há evidências científicas que mostrem que vitaminas C e D, inhame, própolis ou banhos "quente/frio" sejam precauções eficazes contra o coronavírus. A mesma recomendação vale para uma mensagem que traz supostas orientações do Diretor do Hospital das Clínicas, de São Paulo - que também seria falsa.
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4 - Comer alho e beber uísque com mel pode prevenir contra o coronavírus?
Segundo o Ministério da Saúde, o alho é um alimento saudável que pode conter propriedades anti microbianas. Entretanto, não existe evidência que comer o alimento ou beber uísque com mel tem prevenido pessoas do novo coronavírus.
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5 - Lavar regularmente o nariz com solução salina ajuda na prevenção?
Outra dúvida levantada por internautas é sobre uma possível medida de proteção contra o coronavírus. Segundo a OMS, entretanto, não existe evidência que a lavagem regular das mãos e corpo com solução salina pode proteger pessoas de uma infecção do coronavírus. A lavagem com água e sabão é a melhor solução.
6- Café previne coronavírus?
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Falso. A informação de que o café ajuda a prevenir o coronavírus é incorreta. Segundo o Ministério, circulou um comunicado de que o uso de metilxantina, encontrado no café e outros estimulantes, seria uma forma de barrar a contaminação do vírus no corpo. Entretanto, o Ministério lembra que não existe nenhuma substância, medicamento ou alimento que possa prevenir a COVID-19.
7- Animais domésticos podem transmitir o vírus?
Até o presente momento, não há evidência de que animais domésticos, como gatos e cachorros, podem transmitir o novo coronavírus.
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8 - Antibióticos podem prevenir ou tratar a infecção de coronavírus?
A OMS responde que não, uma vez que antibióticos não agem contra o vírus, apenas contra bactérias. Portanto, antibióticos não são usados como modo de prevenção ou tratamento para a nova doença.
Além disso, até o momento, não existe nenhuma medicação para prevenir ou tratar o novo coronavírus. A OMS está ajudando a acelerar o desenvolvimento de pesquisas sobre o assunto.
9 - É seguro receber cartas, pacotes e encomendas da China?
Falso. De acordo com a OMS, sim, é seguro. Pessoas recebendo encomendas ou correspondência da China não estão em risco de contrair o vírus, uma vez que medidas de higienização são realizadas para que o sistema de encomendas ocorra de forma segura.
10 - A vacina contra pneumonia protege contra o coronavírus?
Não, vacinas contra pneumonia não protegem contra o novo coronavírus. O vírus é novo e diferente, por isso, precisa de sua própria vacina. Diversos pesquisadores do mundo todo, inclusive, estão unindo forças para desenvolver uma imunização segura contra o patógeno. Porém, ainda não há previsão de comercialização do produto.
11 - Usar ou comer óleo de gergelim impede que o coronavírus entre no corpo?
Não, óleo de gergelim não mata o vírus. Até o momento, não há nenhum medicamento específico, infusão ou vacina que possa evitar a infecção pelo novo coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, medidas de higiene, como lavar as mãos várias vezes ao dia, ajudam na prevenção.
12 - Tomar banho quente pode prevenir contra a COVID-19?
Falso. Tomar banhos quentes não previne a doença causada pelo novo coronavírus, uma vez que a temperatura do corpo permanece entre 36,5ºC a 37ºC, independente da água do banho. Na realidade, tomar banho muito quente pode causar queimaduras em você. O melhor jeito de prevenir a COVID-19 é lavar as mãos frequentemente com sabão.
13 - Clima frio e neve podem matar o novo coronavírus?
Não há razão para acreditar que o clima frio pode matar o novo coronavírus ou qualquer outra doença. A temperatura corporal mantém-se em 36,5°C a 37°C, independente da temperatura externa. A melhor forma de prevenção continua sendo limpar frequentemente as mãos com álcool ou sabão.
14 - O novo coronavírus pode ser transmitido por picada de mosquito?
A principal forma de transmissão do SARS-CoV2 é pelas vias aéreas, por meio de secreções de pessoas infectadas, quando elas tossem ou espirram. Trata-se de um vírus que não precisa de uma picada de mosquito para que a infecção ocorra. Para prevenir a COVID-19, evite contato próximo com qualquer pessoa que esteja espirrando ou tossindo.
15 - Secadores de mãos são eficientes para matar o novo coronavírus?
Não, secadores de mãos não matam o novo coronavírus. A melhor forma de prevenção é a higienização das mãos com álcool ou sabão. Uma vez com as mãos higienizadas, você pode secá-las com papel ou toalhas descartáveis.
16 - Lâmpadas com luz ultravioleta desinfetantes (anti-mosquitos) podem matar o novo coronavírus?
Lâmpadas de luz ultravioleta não devem ser usadas para esterilizar mãos ou outras áreas, já que a radiação UV pode causar irritação da pele.
17 - Câmeras térmicas podem detectar pessoas infectadas com o novo coronavírus?
As câmeras térmicas detectam quando pessoas apresentam febre, ou seja, quando a temperatura corporal aumenta. Entretanto, estes tipos de câmeras não detectam pessoas que foram infectadas e ainda não apresentam os sintomas da doença.
18 - Espalhar álcool e cloro sobre todo o corpo pode matar o novo coronavírus?
Cloro e álcool não matam o vírus que já entrou no corpo. Espalhar essas substâncias pode ser danoso a roupas e mucosas, como olhos e boca. Os dois produtos podem ser usados apenas como desinfetantes de superfícies, porém, sob recomendações apropriadas.
No Irã, 44 pessoas morreram por intoxicação causada por metanol. No país, em que bebidas alcóolicas são proibidas, alguns iranianos tomaram álcool puro para tratar o Covid-19, pois circulava uma falsa notícia de que a substância matava o vírus.
19 - Devemos evitar cumprimentar as pessoas com aperto de mão?
Sim. Doenças respiratórias podem ser transmitidas pelas mãos e ao tocar os olhos, nariz e boca. Cumprimente as pessoas com acenos e evite o contato físico direto.
20 - Usar luvas de borracha protege contra o novo coronavírus?
Não. Lavar regularmente as mãos oferece maior proteção contra o coronavírus do que usar luvas de borracha. Afinal, se você tocar a boca, olhos ou nariz enquanto usa a luva, ainda pode ser infectado.
21 - Teste caseiro de respirar fundo e prender a respiração por mais de 10 segundos detecta infecção do novo coronavírus?
Não. Uma mensagem circulou pelas redes sociais com um teste caseiro que diagnosticava o Covid-19. A notícia dizia que se você conseguir respirar fundo e prender a respiração por mais de 10 segundos sem tossir, não está infectado pelo vírus. Entretanto, a notícia é falsa e o teste não confirma o diagnóstico.
22 - Vinagre previne a contaminação do novo coronavírus?
Falso. Em um vídeo, um suposto ?químico autodidata? afirma que o álcool em gel não é eficaz na prevenção contra o novo coronavírus e indica que o vinagre seria útil. Em resposta, o Conselho Federal de Química (CFQ) liberou uma nota esclarecendo que o álcool em gel 70% é, sim, ideal para a prevenção.
23 - O novo coronavírus foi manipulado geneticamente e tem uma estrutura similar ao do vírus HIV, que causa a Aids?
Mito. O SARS-CoV2, nome oficial do novo coronavírus, não foi manipulado geneticamente e não possui nenhuma semelhança com o HIV. Além disso, o mecanismo de ação destes vírus dentro do organismo humano é totalmente diferente um do outro. O novo coronavírus afeta o sistema respiratório e pode ser totalmente eliminado do corpo, diferente do vírus do HIV, que infecta células de defesa e não desaparece do organismo.
24 - Novo coronavírus causa pneumonia de imediato?
Têm circulado notícias de que a infecção pelo novo coronavírus causa pneumonia de imediato, entretanto, a informação é falsa. Os sintomas da Covid-19, causada pelo novo coronavírus, são: febre, tosse e dificuldade para respirar, semelhantes a uma gripe. Em casos mais graves, pode também causar pneumonia.
25 - Gargarejo de bicarbonato de sódio com limão e água morna previne a infecção?
Não. A notícia de que um gargarejo com bicarbonato de sódio, limão e água morna poderia prevenir contra a COVID-19 é falsa. A informação surgiu num vídeo compartilhado pelas redes sociais e foi indicada pelo pastor Waldeir de Oliveira, da Praia Grande, litoral de São Paulo, como uma promessa para as pessoas "não pegarem coronavírus".
Segundo uma reportagem do portal G1, Waldeir recebeu a receita de seu irmão, que mora nos Estados Unidos, que teria recebido de um judeu de Israel. Entretanto, ele apagou o vídeo após a repercussão. Em sua teoria, o vírus ficaria alojado na garganta por 4 dias e a mistura seria uma forma de "evitar que o vírus continue no organismo". Porém, a informação não tem qualquer embasamento científico.
26 - Vacina da gripe aumenta risco de coronavírus?
Falso. Ainda não há estudos que correlacionam a vacina de influenza (gripe) e risco de adoecimento ou complicações por COVID-19.
27 - Beber água de 15 em 15 minutos previne coronavírus?
Falso. A água, como método preventivo ao coronavírus, é útil apenas na hora de lavar as mãos com sabão. Até o momento não foi identificado nenhum alimento que seja um método preventivo para a COVID-19.
28- Álcool gel altera o teste do bafômetro?
Falso. Quando inalado, o álcool gel atinge os pulmões, caso o ambiente esteja fechado e com pouca circulação de ar.
Porém, o produto não dura mais do que 2 minutos nas vias respiratórias, sendo inviável a alteração do teste de bafômetro e configuração de infração de trânsito.
É importante destacar, também, que ao entrar em contato com a pele, o álcool em gel não atinge a corrente sanguínea, como é o caso de quem faz uso de bebida alcoólica.
29-Álcool em gel não é eficaz contra o coronavírus?
Falso. O álcool em gel, assim como a água com sabão, tem sido o principal produto de higienização para combater a transmissão do coronavírus.
O que se sabe sobre o novo coronavírus
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30-OMS recomenda hidroxicloroquina para COVID-19?
Falso. A hidroxicloroquina, assim como cloroquina, ivermectina, remdesivir, entre outras substâncias foram estudadas como método de tratamento para a COVID-19. Entretanto, nenhuma delas teve sua eficácia efetivamente comprovada como remédio para a COVID-19.
Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a compra de cloroquina e hidroxicloroquina sem prescrição médica, a fim de evitar que a população se automedique e estoque o produto em casa.
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