quinta-feira, 8 de julho de 2021

BRASIL DE MAL A PIOR: O FANATISMO E SUAS CONSEQUENCIAS

FÃ OU FANÁTICO? REFLEXÕES SOBRE ESSE COMPORTAMENTO O clima no Brasil está muito “intenso”, razão suficiente para fazer uma reflexão a respeito. Por que tantas pessoas desenvolvem conexões emocionais tão fortes com políticos, celebridades e outras figuras públicas? Inicialmente devemos entender que as pessoas têm uma necessidade inata de buscar conexões, se encaixar numa hierarquia social e criar sua "comunidade idealizada" com seus fãs. Ou seja, quando procuramos por fãs, procuramos por conexões, porém muitos se esquecem que é preciso ter cuidado para não se tornarem fãs demais. Quero dizer, que o perigo é tornar-se fanático, o que pode ser descrito por duas características básicas: a absorção da individualidade na ideologia coletiva e o desprezo pela individualidade alheia. Considere “individualidade” como a combinação única de fatores que faz de cada pessoa um ser único e insubstituível. Quanto mais diferentes, menos as pessoas podem ser reduzidas a traços gerais e mais exigem a compreensão do seu jeito pessoal. Isso implica em dizer que só de maneira parcial e deficiente é que a personalidade criadora se enquadra em categorias gerais como “estilo de época”, “ideologia de classe”, etc., algo que os estudiosos sociais inventaram para falar de médias humanas indistintas, mas que o medíocre insiste em aplicar como camisas de força a tudo o que vá além da média. Veja que em insistir, já há a evidência, de forma disfarçada, do fanatismo ao qual me refiro. O fanatismo traz à sociedade uma espécie de recorte das individualidades baseando-se numa mediocridade-padrão. Adeptos fanáticos de políticos ou de partidos, por exemplo, acabam limitando o papel dos demais, agindo, portanto, como se fossem verdadeiros gênios da mediocridade e codificadores do fanatismo. Não considere fanatismo apenas na interpretação comum da exaltação frenética. O verdadeiro fanatismo, manifesta-se sereno e moderadamente, sem a necessidade de ser irritadiço, nervoso ou raivoso. Apenas, ele está tão afinado com a ideologia coletiva que ela basta como canal para a expressão de seus sentimentos, vivências e aspirações. De fato, não há como não notar que, de uns tempos para cá, as pessoas estão manifestando opiniões cada vez mais radicais, seja sobre política, sexualidade, direitos humanos, religião, etc. Traduzindo: os casos de fanatismo vêm ganhando proeminência. As redes sociais parecem facilitar a divulgação desse tipo de mensagem, que acaba encontrando eco entre outros radicais e se retroalimentando. Trata-se de discursos cheios de extremismo, de uma obsessão descontrolada por um conceito, um personagem ou uma pessoa, algo que, na verdade, numa visão psicológica, acaba sendo prejudicial tanto ao fanático como para quem convive com ele. E o que está por trás do fanatismo? Seria uma forma de ocultar fragilidade e insegurança? Acho importante entender as bases dessa radicalização, até mesmo porque não se trata de um movimento exclusivo do Brasil, mas que vem ganhando força em todas as sociedades. Claro que uma coisa em comum é a adesão incondicional à "causa", uma adesão sem diferenças nem limites, a ponto de tornar o fanático cego às outras possibilidades e disposto a fazer o inimaginável para defender suas ideias. Com esse tipo de postura, evidentemente é impossível manter um diálogo saudável. Isso sugere um narcisismo coletivo que, frente a diferenças de opiniões, pode fazer com que as pessoas reajam agressivamente, com dificuldade para ouvir, expressando ódio, preconceitos, estreitamento mental e competitividade (vendo o que não pensa igual a ele como um inimigo). A mim, dá a certeza de que estão construindo muros que protegem um espaço para os iguais e que divide o mundo entre os que pensam como eles e "os outros", criando-se, consequentemente, a figura do inimigo, além de acarretar em falta de empatia e de compaixão. Para um psicólogo, são razões para muita preocupação pois essas pessoas estão se aprisionando em convicções ao invés de libertarem-se. A gravidade é maior se lembrarmos dos estudos que indicam que “é mais fácil que um fanático mude o foco do seu fanatismo do que passar a adotar um comportamento tolerante”. Isso estaria associado a uma estrutura mental adquirida, permeada por distorções cognitivas. Em termos neurológicos, fala-se que essas pessoas desenvolveram uma "rígida rede neural" por meio da qual certos caminhos neuronais em seus cérebros foram tão fortemente reforçados que faz com que eles mantenham idéias e opiniões contra evidências contrárias opostas. Uma outra vertente para reflexões é a seguinte: seria, o fanatismo, uma resposta à insegurança e o medo ao julgamento dos demais, funcionando como um escudo de proteção? Quer dizer, a pessoa se fecha em convicções “inquestionáveis” para não ter que lidar com a sua própria fragilidade? Em minha opinião, os fatores promotores do fanatismo são: Rápidas mudanças sociais - em tecnologia, oportunidades econômicas, mudanças durante a vida, tradições, ideais, valores, expectativas, etc. O fato das pessoas se sentirem desconectadas do passado, assustadas no presente e sem controle do futuro. Competição feroz e globalização. Sentimento de que os outros estão adquirindo status e recursos que poderiam "ser seus". A ilusória sensação de conforto em pertencer a uma comunidade fechada composta por pessoas com a mesma opinião. Privação e desigualdade socioeconômica. Líderes carismáticos que, de modo confiante, fazem grandes promessas oferecendo prosperidade, segurança e estabilidade. O fanatismo (en passant, um fenômeno mundial) está aumentando talvez por conta de uma superpopulação esmagadora no mundo. No Brasil, a fome, a eterna seca e a pobreza aliam-se à migrações populacionais, à turbulência política e instabilidade social, e participam do enfraquecimento das normas culturais de consenso anteriores. Questionamentos ideológicos que levam à dissolução dos laços familiares é uma razão importante para o crescimento do fanatismo, assim como a crescente concentração da riqueza e tantos outros motivos que o espaço não seria suficiente nem adequado para discutir. Entretanto, não se pode deixar de mencionar o oportunismo de líderes fanáticos capazes de transmitir uma mensagem simples com poderosa convicção e constante propaganda, líderes que negam a verdade, manipulam a realidade objetiva, distorcem fatos e criam notícias falsas, líderes que são intolerantes à contradição e destroem a oposição, deslegitimam e censuram visões alternativas, líderes que dividem as questões e as pessoas nitidamente em boas e más e que criam bodes expiatórios e alvos de ódio.

quarta-feira, 7 de julho de 2021

VACINA RUSSA É A MAIS EFICAZ CONTRA O COVID 19

Evidências sugerem que vacina russa Sputnik V é segura e eficaz, escreve revista Nature Aplicada em cerca de 70 países, a vacina russa Sputnik V, ao contrário do imunizante da AstraZeneca e da Johnson & Johnson, contém não um, mas dois adenovírus, o que eleva suas características de proteção, mas ainda não recebeu a aprovação da OMS devido às controvérsias sobre efeitos secundários 7 de julho de 2021, 09:34 h Atualizado em 7 de julho de 2021, 10:02 REUTERS / Dado Ruvic REUTERS / Dado Ruvic (Foto: REUTERS/Dado Ruvic) Siga o Brasil 247 no Google News Assine a Newsletter 247 Sputnik - A autora da publicação aponta que a Sputnik V foi a primeira vacina registrada contra a COVID-19 e já foi autorizada em dezenas de países. No entanto, para utilização global, a vacina ainda deve receber a aprovação da Organização Mundial da Saúde. Vários epidemiologistas estrangeiros criticaram o registro acelerado do imunizante russo. PUBLICIDADE "A vacina russa COVID-19, Sputnik V, tem sido objeto de fascínio e controvérsia desde que o governo russo autorizou seu uso no ano passado [...] Evidências na Rússia e em muitos outros países agora sugerem que ela é segura e eficaz – mas permanecem questões sobre a qualidade da vigilância de possíveis efeitos secundários raros", nota a autora do artigo. Algumas dessas preocupações foram dissipadas após a publicação, em fevereiro deste ano, na revista Lancet, dos resultados da fase 3 dos testes da vacina, apontando que a Sputnik V é 91,6% eficaz na prevenção da infecção pelo coronavírus sintomática e 100% eficaz em prevenção da forma grave da doença. Logo depois, em abril de 2021, o Centro Gamaleya divulgou novos dados, com base nos 3,8 milhões dos russos já vacinados, de acordo com os quais a eficácia da vacina após aplicação de duas doses é 97,6%. Apesar de críticas contínuas do lado de cientistas estrangeiros, o medicamento foi aprovado em tais países como o Brasil, Argentina, Índia, Filipinas e Hungria, enquanto os Emirados Árabes Unidos avaliaram sua eficácia em 97,8%. O artigo também esclarece que a Sputnik V, ao contrário do imunizante da AstraZeneca e da Johnson & Johnson, contém não um, mas dois adenovírus, o que eleva suas caraterísticas de proteção. Além do mais, após a imunização com a Sputnik V, não foram registrados quaisquer casos de trombose, o que não pode ser dito no caso das as duas outras vacinas. Em particular, a Argentina, o Brasil e São Marino, onde o imunizante está sendo aplicado, não notificaram quaisquer consequências graves após a toma da vacina russa. Apesar da ausência de aprovação pela OMS, vários países, incluindo a Coreia do Sul, Argentina e Índia, já estão fabricando a Sputnik V. Novos estudos que estão em andamento nos países que aprovaram a Sputnik V e na própria Rússia vão ajudar a construir uma imagem mais precisa sobre a segurança e a eficácia da vacina russa, concluiu a autora.