quarta-feira, 25 de setembro de 2013

ANAC - AGORA AVIÕES E HELICÓPTEROS SAIRÃO COM BUZINA DE FÁBRICA.

Aviões e helicópteros de São Paulo terão buzina

A medida visa reduzir acidentes e melhorar a educação no trânsito aéreo.
O que parecia inevitável finalmente aconteceu. Com o constante aumento do tráfego aéreo na cidade de São Paulo, a ANAC tomou a polêmica decisão de pedir aos fabricantes de aeronaves que instalem buzinas em seus aviões e helicópteros.
“Infelizmente essa era uma medida que vinha sendo adiada, mas que nós decidimos implementar antes que uma tragédia acontecesse”, diz Antônio Carlos Galeão. “São Paulo, hoje, possui uma frota de helicópteros que supera qualquer cidade do mundo”, analisa. “Ao todo, somando aeronaves de pequeno, médio e grande porte, temos cerca de 5 mil veículos sobrevoando o céu da capital paulista diariamente. É como se todos os torcedores da Portuguesa tivessem seu próprio avião ou helicóptero.”
A decisão, como era de se esperar, tem causado polêmica. Para os moradores do bairro de Congonhas esse será apenas mais um transtorno. “Você imagine, qual será o volume de uma buzina para avião”, diz Maria Creuza Cochlear. “O som das turbinas já é ensurdecedor, então para que a buzina surta efeito, ela deverá ser maior do que o som das turbinas. Se um avião buzinar toda vez que for decolar ou aterrissar, ninguém nunca mais conseguirá dormir aqui em Congonhas”, lamenta ela.
Para a Associação de Pilotos e Comandantes do Estado de São Paulo (Apicoesp) a medida é vista com bons olhos. “Eu já perdi a conta de quantas vezes tomei fechadas de helicópteros ao chegar em São Paulo”, diz Ayrton Piquet, comandante de um Airbus A330. “Eu diria que os helicópteros viraram os motoboys dos céus aqui na cidade. A diferença é que se eles baterem no meu retrovisor as conseqüências podem ser fatais”, diz ele.

A ANAC já afirmou que não voltará atrás em sua decisão, mas que pretende regulamentar a forma como a fiscalização será feita, assim como deverá estabelecer todas as regras para as buzinadas aéreas. “Será proibido buzinar ao sobrevoar hospitais e cemitérios”, diz Galeão. “Também deveremos lançar uma cartilha com os códigos de buzinadas. Uma buzinada curta significa que você irá passar pela direita. Uma buzinada longa significa que você irá passar por cima, e assim por diante”, avisa ele. “Tenho certeza que o mundo deverá seguir esse exemplo dado pelo Brasil e por São Paulo. Quem sabe se isso já existisse em 2006, a tragédia do vôo Gol 1907, que se chocou com outro avião quando sobrevoava o Amazonas, talvez não tivesse acontecido.”

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