Profissão de Deputado será terceirizada e salário despencará para R$ 25.000.
A Câmara dos Deputados acaba de aprovar o texto base do projeto de lei 4330/2004,
que regulamenta contratos de terceirização no mercado de
trabalho. Terceirizar, um conceito “moderno”, interesse absolutamente
do empresariado, é um eufemismo para a retirada de deveres e direitos
dos trabalhadores. Menores salários, menos direitos, mais horas de trabalho.
Entretanto, para provar que o projeto de lei não é de má-fé, Eduardo
Acunha, proprietário da Câmara dos Deputados, promete incluir sua
própria “profissão” no prelo.
“Segundo as estatísticas do DIEESE
(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos),
funcionários terceirizados ganham em média um salário 25% menor do que
os trabalhadores regulares. Que seja! Abro mão dos meus R$ 33.763,00
pelos módicos vinte e cinco mil e poucos aos quais terei direito. Só não
aceito que toquem na ajuda de custo, no auxílio-moradia e na verba de
gabinete. Quanto a ter que trabalhar em média por mais três horas, não
faço questão de me esforçar quatro horas por dia”, afirmou Acunha.
Quando perguntado sobre o caso da sua mulher, que prestava serviços como terceirizada à Rede Globo
e processando a Afundação Roberto Marinho ganhou o direito à
contratação, Acunha desconversou. “Mídia é outra coisa, né? Trabalho
nobre”, proferiu.
“Se 80% das mortes por acidente de
trabalho atingem funcionários terceirizados, que se terceirize urgente a
profissão de deputado”, afirmou porta voz da CUNE (Central Única dos
Neo Escravos).
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