quinta-feira, 28 de agosto de 2014

MARINA CRESCE NAS PSQUISAS

Marina é mais do que uma “onda”, sugere pesquisa.

 A pesquisa Ibope divulgada ontem (26) com Dilma 34%, Marina 29% e Aécio 19%, mostra que a candidatura Marina Silva é mais do que uma “onda” – uma imagem que sugere algo passageiro, que vai e volta e não deixa mais do que rastros.

A associação de Marina à palavra “onda” vem, na verdade, da campanha de 2010, quando por essa altura da campanha (agosto), a então candidata do Partido Verde tinha 7% dos votos, vindo a terminar o primeiro turno com quase o triplo disso (19,3%) ou quase 20 milhões de votos. Foi a “onda verde”, que sob muitos aspectos de fato desapareceu naquele momento, pois a candidata abandonaria o PV logo depois.

Se “onda” – que sugere também um fator surpresa – pode ter sido uma boa palavra quatro anos atrás, no contexto atual ela parece deslocada. 

 Primeiro porque, a despeito da reviravolta provocada pela morte de Campos, Marina já não é uma “surpresa”, no sentido em que há muito tempo se conhece seu potencial eleitoral. O Ibope de ontem mostra Marina em um patamar próximo ao que as pesquisas apontavam em abril (27%), quando seu nome ainda era colocado nos questionários. A novidade, agora, é que na simulação de segundo turno ela ganharia de Dilma com vantagem clara (45% X 36%).

Antes de a campanha começar, antes de se definirem as candidaturas, as pesquisas já apontavam Marina como a eleitora mais influente do Brasil, atrás apenas de Lula e Joaquim Barbosa (este nos surpreenderá declarando seu voto?).

Ou seja: Marina em 2014 já parte de um patamar previsto por pesquisas há algum tempo que não permitem classificá-la como uma “onda”. Talvez  “vazante”, que pode tanto se intensificar ou minguar conforme as luas e marés, e para ficarmos em metáforas hídricas mais previsíveis, seja uma palavra melhor para definir o que representará Marina na corrida eleitoral daqui para frente.

Seja como for, Marina parece significar algo mais para o eleitor em 2014 na comparação com 2010 – aparentemente “encarna” o desejo de mudança expresso em todas as pesquisas de opinião nos últimos 12 meses e que até aqui não “desaguava” de forma clara em nenhuma candidatura.

Seus adversários têm motivos de sobra para se preocupar. Ela mostra potencial para avançar de forma consolidada nas bases que mantém Dilma – os eleitores de menor renda (que formam 42% do eleitorado) e os do nordeste --, bem como corroer o eleitor de Aécio no Sudeste e nas faixas de renda mais altas.

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