JUSTICEIRO NO BANCO DOS RÉUS.
Justiça não consegue encontrar Joaquim Barbosa para intimá-lo
Ex-presidente do STF é réu em uma ação por danos morais desde o dia 28 de agosto.
Está difícil encontrar o ministro Joaquim Barbosa, ex-presidente do
Supremo Tribunal Federal, aposentado desde o fim de julho. Ele é réu em
uma ação por danos morais desde o dia 28 de agosto, mas até esta
sexta-feira (14/11) não foi localizado pelos oficiais de Justiça que
tentaram intimá-lo do processo.
O ministro tem três endereços conhecidos pela 15ª Vara Cível de
Brasília, onde tramita o processo. Dois em Brasília e um no Rio de
Janeiro. Um dos endereços na capital federal é o apartamento funcional,
que, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, ele já deveria ter
desocupado, mas ainda não o fez. Tampouco foi encontrado lá para receber
a intimação.
Joaquim Barbosa também não foi encontrado no endereço que forneceu à OAB
para poder se registrar como advogado, um apartamento na Asa Norte.
Ao endereço no Rio de Janeiro, um apartamento no Leblon, Zona Sul da
capital, foi enviada uma carta precatória no dia 10 de setembro. O
documento é usado para intimações ou oitivas à distância. E ele nunca
voltou a Brasília, o que indica que não foi recebido — ou que foi
ignorado.
Briga com jornalista.
O processo em questão é a ação ajuizada pelo jornalista Felipe Recondo
depois que o ministro, irritado com um início de pergunta, o mandou
“chafurdar no lixo”. Recondo era repórter do jornal O Estado de S. Paulo
na época e fazia a cobertura do Supremo Tribunal Federal.
A discussão aconteceu em março de 2013. Na ocasião, Recondo interpelou o
ministro na saída de uma sessão do Conselho Nacional de Justiça, órgão
que também presidia. “Presidente, como o senhor está vendo…”, tentou
perguntar. “Não estou vendo nada. Me deixa em paz, rapaz! Me deixa em
paz! Vá chafurdar no lixo como você sempre faz!”, interrompeu o
ministro.
No processo, Recondo afirma que o episódio o marcou como “antagonista”
de Joaquim Barbosa, que gozava da imagem de uma espécie de herói
nacional por ter sido sorteado relator da Ação Penal 470, o processo do
mensalão. O repórter alegou que depois disso ele ficou marcado como
persona non grata no Supremo e passou a ser perseguido pelo ministro.
O caso tramita normalmente desde o dia 28 de agosto, quando o processo
foi distribuído à 15ª Vara Cível de Brasília. Só que o ministro Joaquim
Barbosa nunca constituiu advogado ou apresentou qualquer sinal de que
saiba da existência do caso, amplamente noticiado pela imprensa. Agora
se sabe que não foi encontrado para ser citado.
A reportagem da ConJur não conseguiu contato com o ex-presidente do STF.
Pessoas próximas ao ministro contam que ele está no exterior e talvez
por isso não tenha recebido as intimações. Não souberam dizer, no
entanto, onde será o novo endereço do ex-comandante do Judiciário
brasileiro, que, além dos três endereços nos quais já foi procurado pela
Justiça, tem também um apartamento em Miami, nos Estados Unidos.
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