domingo, 4 de dezembro de 2011

PARABÉNS PARA A TORCIDA CORINTIANA

 

RAÇA, CORAÇÃO E UM BANDO DE LOUCOS: CORINTHIANS PENTACAMPEÃO BRASILEIRO

Crise, festa, sufoco e redenção: o corintiano viveu todas as espécies de emoções possíveis ao longo do Campeonato Brasileiro de 2012. Após o vexame na Libertadores da América contra o Tolima e o vice paulista ante o Santos, o Timão superou os adversários cariocas que lhe ameaçaram a liderança durante toda a competição e selou a paz com a Fiel ao garantir o penta nacional. Título que veio de maneira suada, exatamente do jeitinho que o alvinegro gosta: jogo sofrido, 0 a 0 contra o maior rival, o Palmeiras.

A fama do “corintiano, maloqueiro e sofredor, graças a Deus” traduziu-se nos resultados: das 20 vitórias do Timão no Brasileiro, 16 foram por um gol de diferença. Além disso, o Corinthians foi o time que mais conseguiu reverter resultados adversos: foram nada menos que seis viradas, contra Grêmio, Vasco, Flamengo, Avaí e Atlético-MG (duas vezes). Quatro delas no caldeirão do Pacaembu.

Com um elenco unido e comandado pelo técnico Tite, profissional criticado inúmeras vezes por sua fala rebuscada e suas substituições consideradas óbvia, a equipe mostrou o quanto evoluiu e soube lidar com as derrotas do primeiro semestre. A trajetória começou de maneira típica: virada sobre o Grêmio no Olímpico, arrancada na raça, com gols de Chicão e Liedson.

A primeira partida no Pacaembu, estádio considerado pela Fiel a casa corintiana, seria apenas na quarta rodada, contra o Fluminense: 2 a 0, com show do atacante do Willian. Até ali, o Timão já havia batido Coritiba e empatado com o Flamengo no Rio, numa incrível série que se estenderia até o dia 24 de julho, quando os alvinegros acabaram derrotados contra o Cruzeiro, em casa: foram nove vitórias e um empate, com direito a goleada histórica por 5 a 0 sobre o rival São Paulo.

Nas arquibancadas, em nenhum momento o Corinthians teve do que reclamar. Com a melhor média de público dos 20 clubes, o Pacaembu se encontrava sempre com número satisfatório de pagantes para os jogos em casa. Talvez tanta fidelidade tenha sido o motivo de alguns torcedores se julgarem aptos a cobrar o elenco quando as coisas começaram a se complicar no campeonato.

Embora não tenha tirado o Timão da liderança na ocasião, a primeira faísca de instabilidade se deu quando a equipe cedeu, no fim do jogo e dentro dos seus domínios, um empate para o Ceará. A impressionante vitória sobre o Galo por 3 a 2, de virada, após estar perdendo por 2 a 0, deu um ânimo extra, mas as derrotas em sequência para o Figueirense no Pacaembu e para o Palmeiras no clássico em Presidente Prudente ligaram o alerta: apesar do título simbólico do primeiro turno, estava claro que as coisas iam aos trancos e barrancos.

Com sorte em alguns momentos e construindo resultados sofridos em outros, o Corinthians viveu seu pior momento na competição após perder para o Fluminense no Rio e para o Santos em casa. Em ambos os jogos, a torcida reclamou da falta de alma do time e a crise se instalou. Torcedores foram ao CT Joaquim Grava fazer cobranças e o capitão Chicão se recusou a ficar no banco no clássico subsequente contra o São Paulo, no Morumbi: o 0 a 0 amenizou um pouco a tensão, mas a desconfiança em relação ao time só acabaria três rodadas depois: vitória por 3 a 0 sobre o Atlético-GO, com direito à estreia de Adriano Imperador, para recuperar a liderança e lavar a alma.

Por certas vezes considerada a equipe do improvável, o Corinthians fez de tudo: arrancou três pontos de Cruzeiro e Ceará fora de casa (com gols solitários de Paulinho e Ramírez, respectivamente), empatou com o Internacional no Beira-Rio na bacia das almas (cobrança de falta de Alex, de muito longe, no fim do jogo) e perdeu para o América-MG de virada, diante de 40 mil corintianos em Uberlândia.

As tempestades que caíram sobre o Pacaembu nas suadas vitórias contra o Avaí e o Atlético-PR, ambos postulantes ao rebaixamento, traduziram do que foi feito o Corinthians no Brasileirão 2011: sangue, suor e lágrimas. Um time cheio de improbabilidades (uma ode ao comandante Tite, adepto das palavras com tal sufixo), que tropeçou e caiu muitas vezes ao longo da competição, mas teve força para levantar e, ao final da 38ª rodada, manter-se em pé e erguer pela quinta vez o troféu nacional.

CINCO VITÓRIAS CHAVE:
17ª rodada: Atlético-MG 2 x 3 Corinthians
22ª rodada: Corinthians 2 x 1 Flamengo
32ª rodada: Corinthians 2 x 1 Avaí
35ª rodada: Ceará 0 x 1 Corinthians
36ª rodada: Corinthians 2 x 1 Atlético-MG
MELHOR JOGADOR: Paulinho (volante) – Além da importância tática no esquema de Tite, o atleta que veio do Bragantino marcou gols fundamentais ao longo da campanha e assumiu o posto de ídolo da torcida pela raça e postura aguerrida. Vítima de racismo na Europa, onde jogou de 2006 a 2008, superou as dificuldades e ganhou fama no primeiro clube grande de sua carreira. Foi convocado para a seleção brasileira e é alvo constante de olheiros do Milan.

ARTILHEIRO: Liedson (12 gols) – Exemplo de profissional, chegou sem muito alarde de volta ao Corinthians, após passagem de oito anos pelo Sporting. Conhecido pelo instinto de matador na primeira passagem pelo clube, quando foi campeão paulista em 2003, lutou contra dores incessantes no joelho esquerdo e não desistiu até o fim da campanha. De antigo ‘Levezinho’, ganhou o apelido de ‘Rei do Pacaembu’.

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