Trump anula norma que permitia aos transexuais escolher banheiro nas escolas
Norma proclamada por Obama deixava a decisão sobre qual banheiro usar aos próprios estudantes transexuais.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anulou nesta
quarta-feira (22) uma norma proclamada por seu antecessor, Barack Obama,
para que as escolas públicas do país permitissem aos alunos transexuais
usar os banheiros e vestiários que prefiram em função do gênero com o
qual se identifiquem.
O procurador-geral, Jeff Sessions, anunciou em comunicado que o governo
de Trump tinha decidido suspender a medida porque produzia muita
confusão em nível local e não incluía "uma análise legal suficiente"
sobre como essa iniciativa era coerente com os poderes que a
Constituição outorga ao Executivo.
Mais de 12 estados controlados pelos republicanos se opõem
veementemente às recomendações federais dadas pelo então presidente
Barack Obama e estão enfrentando o governo americano no tribunal.
Alguns conservadores veem as diretrizes de Washington como uma
interferência imprópria nos assuntos escolares locais e um abuso do
Poder Executivo.
Governo federal x estados
Na terça-feira (21), ao ser questionado sobre a posição de Trump, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, afirmou que a questão diz respeito aos estados, e não ao governo federal.
"Isso não é algo que o governo federal deva ser envolvido. Essa é uma
questão de direito dos estados", destacou ele, segundo a agência de
notícias France Presse (AFP).
O caso, que está na Suprema Corte, será ouvido no próximo mês e envolve
Gavin Grimm, de 17 anos, que nasceu mulher, mas se identifica como
homem. Ele entrou com uma ação para que pudesse usar o banheiro
masculino em sua escola em Gloucester County, na Virgínia.
Esse é um dos casos de maior destaque e poderá ser analisado pelo
conservador Neil Gorsuch - escolhido pelo presidente Donald Trump para a
vaga na Suprema Corte, mas que ainda precisa da confirmação.
Na possibilidade de a ação ser julgada antes de Gorsuch, ou de um outro
juiz assumir a nona cadeira da mais alta instância do país, o tribunal
poderia bloquear o caso. Atualmente, a Casa se encontra dividida de
forma igualitária entre quatro juízes conservadores e quatro liberais.
Um bloqueio manteria a decisão do tribunal inferior intacta e não
estabeleceria novo precedente legal. Muitos opositores do governo Obama –
que apontam para seus valores religiosos e questões de segurança e de
privacidade - se manifestam com o slogan "Nenhum homem nos banheiros das
mulheres".
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