A brincadeira surgiu na França, no reinado de Carlos IX (1560-1574).
Desde o começo do século XVI, o ano- novo era comemorado em 25 de março,
com a chegada da primavera. As festas, que incluíam troca de presentes e
animados bailes noite adentro, duravam uma semana, terminando em 1º de
abril. Em 1562, porém, o papa Gregório XIII (1502-1585) instituiu um
novo calendário para todo o mundo cristão – o chamado calendário
gregoriano – em que o ano-novo caía em 1º de janeiro. O rei francês só
seguiu o decreto papal dois anos depois, em 1564, e, mesmo assim, os
franceses que resistiram à mudança, ou a ignoraram ou a esqueceram,
mantiveram a comemoração na antiga data. Alguns gozadores começaram a
ridicularizar esse apego enviando aos conservadores adeptos do
calendário anterior – apelidados de “bobos de abril” – presentes
estranhos e convites para festas inexistentes. Com o tempo, a galhofa
firmou-se em todo o país, de onde, cerca de 200 anos depois, migrou para
a Inglaterra e daí para o mundo.
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