Senado aprova criação de linha de crédito para reforma de imóveis de famílias de baixa renda.
O Senado aprovou nesta
terça-feira (4) a medida provisória que criou o Cartão Reforma, uma
linha de crédito para que famílias de baixa renda comprem materiais de
construção destinados para reforma, ampliação, promoção da
acessibilidade ou à conclusão de imóveis. O valor do benefício pode
chegar a R$ 5 mil por família. A MPV 751/2016 foi aprovada na forma do
Projeto de Lei de Conversão (PLV) 2/2017, com modificações do Congresso,
segue para a sanção presidencial.
Segundo o texto, têm direito ao Cartão
Reforma as famílias com renda mensal de até R$ 2,8 mil. Nesse valor
devem ser incluídos benefícios de programas de transferência de renda,
como o Bolsa-Família, mas excluídos os créditos de outros programas
habitacionais.
O valor destinado a cada família pode
variar entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, a depender de critérios que serão
elaborados em regulamentação posterior do Ministério das Cidades. A
distribuição será operacionalizada pela Caixa Econômica Federal. Os
beneficiários receberão o valor na forma de crédito para usar na compra
dos produtos.
Serão atendidas com prioridade as
famílias com menor renda, com idosos, com portadores de necessidade
especiais ou aquelas onde a responsável pela subsistência for uma
mulher.
As famílias contempladas poderão
usufruir do benefício mais de uma vez, contanto que não ultrapassem o
teto estipulado para a sua categoria. Os recursos terão validade de 12
meses. Para receber o Cartão, o beneficiário titular deverá ter mais de
18 anos e ser proprietário de imóvel residencial em área regularizada ou
passível de regularização. O benefício não será valido para imóveis
cedidos, alugados ou comerciais.
O Cartão Reforma terá R$ 1 bilhão para
disponibilizar em 2017. Desse montante, 20% serão destinados a famílias
moradoras de zonas rurais. Outros 15% dos recursos custearão a
assistência técnica para as obras, através da contratação, pelas
prefeituras, de profissionais que darão apoio e consultoria aos projetos
dos moradores.
Qualidade da habitação
A MP 751 teve como relatora a senadora
Ana Amélia (PP-RS). Ela afirmou que o programa beneficiará, de saída,
cerca de 100 mil pessoas. A senadora disse que o Cartão Reforma não
soluciona o problema habitacional do Brasil, mas promove uma ação
complementar com vários efeitos positivos.
— A meu juízo, ele resolve dois
problemas: um problema social, que é a melhoria da qualidade da
habitação, e outro problema de ordem econômica, porque, aumentando a
compra de materiais de construção, vai ativar a economia em um setor
muito dinâmico, que é a construção civil.
O presidente do Senado, Eunício
Oliveira, celebrou a aprovação da MP, que ele considera uma das mais
importantes decisões da Casa neste ano. Eunício afirmou que esse
benefício é uma questão de “fazer justiça” com as famílias de baixa
renda.
Líder do PSDB, o senador Paulo Bauer
(PSDB-SC) manifestou satisfação pela aprovação da matéria também em nome
do ministro das Cidades, Bruno Araújo, que é do seu partido e será o
responsável pelas diretrizes de execução do Cartão Reforma. Bauer disse,
ainda, que espera que o programa se consolide como uma política de
Estado nos próximos anos.
Os senadores José Pimentel (PT-CE) e
Fátima Bezerra (PT-RN) observaram que o Brasil ainda tem um déficit
habitacional muito grande e que o governo federal precisará abordar esse
problema. Com essa ressalva, eles votaram a favor. Pimentel aproveitou
para lembrar que o Cartão Reforma é “coerente” com o programa Minha
Casa, Minha Vida, criado pelo governo Lula em 2009.
Os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Lúcia
Vânia (PSB-GO), também favoráveis à medida provisória, manifestaram
preocupação quanto à fiscalização sobre o uso e a distribuição dos
recursos. Omar sugeriu a criação de um órgão para lidar com esse aspecto
do programa. A relatora, Ana Amélia assegurou que seu relatório
preocupa-se em evitar as fraudes, e que as prefeituras e conselhos
municipais terão responsabilidades nesse aspecto.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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