Colégio pede roupas "menos curtas" quando mães vão buscar os filhos.
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Um
colégio do Recife, no Brasil, emitiu um comunicado aos pais dos seus
alunos a pedir para usarem roupas "menos curtas, menos decotadas e menos
extravagantes" quando vão buscar os filhos.
O caso está a gerar polêmica e já chegou à Justiça.
O
Colégio Santa Maria, no Recife, endereçou um comunicado, no final de
março, no qual apelou aos pais e pessoas responsáveis por irem levar e
buscar os alunos para usarem roupas "menos curtas, menos decotadas e
menos extravagantes". Ainda no texto, a instituição de ensino escreve
que "bom senso e discrição são marcas de uma sociedade educada e
moderna".
O comunicado do colégio não
foi bem recebido por Madelayne Cavalcanti, 29 anos, que diz que ela e a
filha, de 6 anos, são alvo do preconceito de outras mães devido à sua
profissão como modelo e professora de ginástica e às roupas que usa, que
consideram "inadequadas".
Segundo o Globo,
uma procuradora teve conhecimento do caso e apresentou queixa no
Ministério Público de Pernambuco, exigindo uma indenização por danos
morais.
O colégio "defende-se"
referindo que o comunicado foi dirigido a todos os pais. Mas Madelayne
diz que foi convocada para uma reunião com a direção um dia depois do
envio."Perguntaram como era a minha vida profissional, a relação com a
minha filha. Eu disse que trabalhava como modelo, que já tinha feito
alguns trabalhos para revistas (...). Só pararam de questionar o meu
trabalho quando eu disse que o meu marido trabalhava na Justiça. Eu me
senti arrasada, tipo um lixo", afirmou.
Madeleyne
conta ainda que foi criticada nas redes sociais por grupos de outras
mães de alunos do colégio. "Começaram a divulgar fotos dos meus
trabalhos e da minha família e depois fui excluída. Depois de um tempo,
percebi que fui o pivô do comunicado", aponta.
"Eu uso roupas condizentes com o calor do Recife", justifica, num vídeo que divulgou para se "defender".
Segundo
Madeleyne, a filha tem sido alvo de "bullying" por parte das colegas,
que não brincam com ela no recreio porque as mães não deixam. "Na hora
do recreio, quem brinca com ela é a psicóloga", lamenta.
A
procuradora Roberta Fragoso, que avançou com a queixa na justiça,
explica que o pedido de indenização irá reverter para um fundo em prol
dos direitos humanos. "Estão a confundir a atividade particular dela
como profissional com a atividade dela como mãe", defende.
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